PR3 VVR - O Voo dos Grifos e mais qualquer coisa
Desde que decidimos passar uns dias numa aldeia de xisto na Beira Baixa, que liguei o meu radar sobre percursos pedestres. Mas, na verdade, nem precisei de os procurar. Assim que fizemos a reserva, o senhor do complexo disse logo "e há um percurso pedestre que começa mesmo aqui ao pé das casas" - e pronto, o percurso pedestre tinha vindo até mim...
A verdade é que adorei (adorámos) os dias nessa aldeia. Desde explorar as redondezas de carro, sair a pé para ir ver as Portas do Almourão, passar de barco pelas Portas de Ródão e ver o Tejo depois lá de cima, do alto de uma das suas ombreiras, descobrir magníficas praias fluviais (e outras que nem tanto), ver a CK e a JK felizes pelas descobertas e pelo que viviam... valeu e vale mais do que ouro para mim.
E, depois, tinha o bónus de poder correr pelo meio da floresta e montanha. Por isso, sexta-feira, acordei mais cedo, olhei e guardei a rota, equipei-me e aí fui eu, começando por descer por um caminho florestal largo, antes de passar para um trilho bem mais estreito longo do Ocreza, com as marcações dos PR. Os pulmões enchiam-se do ar puro e fresco da montanha pela manhã, enquanto as minhas pernas seguiam os olhos a descobrir o caminho e pisar em cada ponto certo do piso irregular, que se tornava mais pedregoso à medida que descía para mais perto da margem.
E foi aqui que "a porca torceu o rabo". Porque, depois de uma descida rápida apoiada por uma corda firme, as pequenas cascalheiras que tinha passado até aí desembocaram no leito de cheia do rio, pejado de calhaus, incluíndo pedragulhos maiores do que eu, que escalava - mas, marcações a indicar-me o caminho... nada... Ainda estive ali um bom bocado, a tentar adivinhar por onde seguir, mas, passado um bocado, e depois de olhar para o relógio, decidi que queria mesmo era correr, mais do que fazer bouldering, e que não queria atrasar o dia da minha família. Alá para trás!
Foi uma boa decisão, ainda corri um bom bocado ao longo do rio (agora na direcção oposta), até à praia fluvial, subi pelo estradão e explorei a correr a aldeia de Foz do Cobrão, em que estávamos, e que era (e é) uma maravilha de xisto. Desci pela rua principal e suas casas, cruzei o Cobrão, passei junto à nova praia fluvial, subi pelos campos, voltei a cruzar o rio e a embrenharm-me pela bonita aldeia, agora sempre a subir (e bem), até chegar à casa onde estávamos, com um sorriso grande nos lábios. Valeu! Muito!
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home