De bicicleta pelo Trilho da Ribeira das Vinhas
Piso de terra compactada. Traçado bem delineado. A serpentear pelo vale estreito que o pequeno ribeiro (seco do verão) tinha cavado e cava. A minha bicicleta ia mais depressa do que esperava, os meus pulmões enchiam-se de ar fresco e revigorante e a minha alma exultava. Estava a adorar aqueles primeiros 500 metros no Trilho da Ribeira das Vinhas.
Estava com a ideia há algum tempo, mas, de manhã, estava resoluto. A minha GT (óptima, desde que a tinham arranjado) estava à minha espera e aí fui. Primeiro desafio, a subida pelo Vale de Santa Rita até à rotunda do Estoril, uma subida sempre íngreme e que me levou mesmo a, num pequeno troço, colocar de lado o orgulho e seguir a pé com a bicicleta ao lado. Depois, foi sempre a subir pelas ciclovias, aproveitando a manhã de verão fresca, até chegar à Estrada do Pisão, feita a fundo e sem trênsito - e que gozo me deu percorrer de bicicleta aquela estrada que adoro.
E, de repente, apareceu a entrada. O local em que o Trilho da Ribeira das Vinhas intercepta com a Estrada do Pisão. Travões, olhar atento, cuidado, uma cancela a transpôr pela passagem lateral para pessoas e bicicletas, e aí estava eu. No trilho. Absorvi o momento por um instante. Acelerei no segundo seguinte, passando por uma casa de aspecto antigo e por uma quinta abandonada, com árvores belíssimas. E segui.
O piso era de terra compactada. O traçado bem delineado, a seguir pelo vale estreito e eu ia realmente depressa, aproveitanto o piso relativamente liso, a suave mas constante descida e o ar fresco. E o momento de êxtase. Mais cancelas a ser transpostas, algumas pequenas pontes e vaus, uma hesitação numa parte do caminho que podia estar melhor marcada (mas, realmente, não era assim tão difícil), paisagens que não estava à espera de penhas sobre o caminho, umas subidas mais íngremes que o esperado, que me levaram a subir a penantes, um canil fechado e bem resguardado, que afinal não me fez tanta confusão quanto temia. A proximidade a Cascais a ser anunciada pelo aparecimento de prédios no topo do vale, de pequenas quintas no fundo do mesmo. Adorei fazer esta parte do Trilho da Ribeira das Vinhas, acho que o vou fazer mais vezes. (e fiz, de tal modo que as fotos de baixo são de Novembro de 2022).
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