As crónicas do Lynx

Uma colecção de pequenas crónicas dedicadas a uma grande paixão de sempre: Viver essa maravilhosa aventura que é o dia-a-dia!

quarta-feira, novembro 22, 2023

PR3 Rota dos Fósseis

O dia amanheceu mágico. Em Penha Garcia, o nosso hotel, na escarpa do monte, amanhecia frio e solarengo, sobre um mar de nuvens de nevoeiro, que se acumulavam aos nossos pés, com apenas uma ou outra ilha montanhosa no horizonte, entre as quais Monsanto - mas iremos lá amanhã. Para hoje, o prato depois do pequeno-almoço seria o Castelo de Penha Garcia e o seu sobranceiro Trilho dos Fósseis, que se inclinava sobre a vertente norte da montanha.


Pés a caminho, a subir pela aldeia e o castelo, enquanto admirávamos as vistas, tirávamos fotografias, pensávamos como seria impossível tomar aquela posição defensiva e... a CK lia um texto para a escola, enquanto a filmávamos (algo que aconteceu recorrentemente, e por etapas, nesse dia e no seguinte - o texto era longo...). Mas, sobretudo, tinhamos uma ideia da paisagem majestática em que íamos mergulhar no trilho, num vale estreito, profundo e admiravelmente belo. E... povoado de fósseis de trilobites!


E que belíssimos eram aqueles fósseis, aparecendo profusamente na nossa caminhada a três. Ora os encontrávamos em paredes de rocha, ora mesmo a nossos pés, nas pedras que pisávamos e admirávamos com cuidado.


O caminho era bem cuidado, mas íngreme e escorregadio, nas pedras ainda molhadas do orvalho da matina. As minhas recomendações de cuidado para a JK e a CK, e a minha oferta de ir à frente para que não caíssem, surtiu efeito - caí eu, num verdadeiro "bate-rabo" magnífico, em que, felizmente, não sofri danos de maior. Só um pouquinho do meu orgulho...


Mas, caminhávamos pela vertente do vale, por vezes solarenga, depois sombria, a descer, a ouvir o rio Pônsul mesmo lá em baixo, agora mais perto, agora sob o paredão da barragem que cruzámos, em direção ao aglomerado de moinhos de rio, em que nos sentámos e esticámos as pernas mesmo sobre a água fresca. Uma maravilha, num dia frio e luminoso que nos estava a saber tão bem.


Depois, reentrámos na aldeia, e, pelo meio de casas umas de xisto outras caiadas de branco, completámos os nossos três quilómetros de caminhada, de alma cheia e felizes.