As crónicas do Lynx

Uma colecção de pequenas crónicas dedicadas a uma grande paixão de sempre: Viver essa maravilhosa aventura que é o dia-a-dia!

domingo, junho 18, 2006

A bússola é mesmo essencial!

Sábado, 17 de Junho

O meu retorno à orientação pedestre! 3 meses depois da minha lesão no joelho, que me obrigou a parar durante um tempo demasiado longo e asfixiante, eis-me de volta!

O local escolhido tinha tudo a ver comigo. Uma prova de orientação do CPOC, na encosta Norte da Serra de Sintra, numa floresta em Colares. Uma prova com partida simultânea, a um Sábado de manhã a ameaçar chuva, com o céu bem carregado, numa zona que adoro - isto prometia!

E prometia mesmo, se não tivesse sido aquilo que percebi 2 minutos antes da partida. Fui colocar a bússola de competição no dedo e... ela não estava lá!!! Tinha perdido a minha bússola!!!

Era demasiado tarde para fazer fosse o que fosse, portanto, decidi respirar fundo e confiar na minha bússola suplente - aquela estilo pombo correio, que está dentro do meu cérebro.

Assim que foi dada a partida, olhei com calma para o mapa, orientei-o na direcção que acreditava ser o Norte e desenhei o caminho para o primeiro ponto. Cruzei um ponto que sabia não ser o meu (estava demasiado próximo para aquilo que esperava) e continuei. Avistei um outro ponto no meio do arvoredo e encaminhei-me para lá. Não era o ponto certo, mas estava no meu mapa, portanto, afinei a minha busca e segui em frente - não estava a ser fácil! A orientação em BTT, como é feita por caminhos, praticamente dispensa o uso de bússola, mas a pedestre, baseada em azimutes pelo meio do nada (e este mapa, excelente, era mesmo um mapa para azimutar), obriga mesmo a que estajamos sempre orientados.

Percebi a melhor forma de atacar o ponto 1, a partir do sítio onde estava e, com a leitura do terreno (sim, aqui estive bem), consegui chegar ao ponto 1 (foi um, segue este caminho, e, antes da vedação, desce para a esquerda pelo meio da segunda clareira, que o ponto vai estar lá no meio, depois da clareira estreitar para um passagem), finalmente, passados 10 minutos do início da prova. Percebi como ir para o segundo (atravessa o caminho seguindo um trajecto de 30º face à saída da clareira, e segue por subidas e descidas) e rapidamente lá cheguei, segundo também as vozes que me permitiram descobrir o ponto no meio do canavial). Depois foi a vez do terceiro e quarto pontos, baseando-me também na leitura do terreno - descobri-os (o quarto muito rápido, mesmo), mas estava a demorar muito tempo no total. O quinto ponto estava a ser demasiado difícil (enganei-me, quase de certeza no azimute e não tinha como corrigir por falta de 'Norte') e desisti.

Afinal, uma bússola é mesmo imprescindível para fazer orientação! Ainda me orgulho dos pontos que fiz só através da leitura do terreno e acho que, se não tivesse absolutamente nada combinado para o almoço (foi dia de jogo da selecção), talvez tivesse encontrado todos os 26 pontos do percurso - em 4 horas, para aí...