Volta mais rápida - 23m 42s
Normalmente, uma volta na casa dos 1m18s seria razoável com um fórmula um, mas, sejamos sinceros, eu ia a correr a pé!
Pois é, no Sábado, tive a oportunidade de ir correr para o Autódromo do Estoril. A Câmara de Cascais abre o circuito durante uma manhã por ano e, este ano, esse dia foi ontem. Por isso, e apesar de ter um convite para uma almoçarada fora do Estoril, consegui conjugar tudo e rumei para o Autódromo onde me esperava, para começar, um treino de orientação dentro do circuito, promovido pelo CPOC. Desta vez o treino foi um pouco diferente e, em lugar de ter um percurso já desenhado, deram-me o master e desenhei eu o meu percurso - bem giro! O mapa era fácil - a estrutura do autódromo foi desenhada para ser funcional e clara e, portanto, apesar de algumas incursões pelo meio do mato, de algumas trocas e baldrocas por causa das vedações entre o circuito e as bancadas, o que ficou mesmo foram os saltos por cima dos rails, a lentidão a cruzar a gravilha (uma pessoa enterra-se mesmo lá dentro! Agora compreendo como trava tão bem os carros!) e o primeiro contacto com o relevo do autódromo.
Depois, bem, depois foi tempo de me alinhar na linha de meta, ajustar o cronómetro e... partir! Partir para os 4 quilometros 386 metros do circuito! Fazer a recta da meta a descer, a ver os placards com a distância para a nova Curva Um a aproximarem-se, e depois constatar como deve ser difícil, super-apertada (nunca pensei que tivesse um traçado tão lento!) e a descer, ideal para provocar carâmbolas no arranque, depois continuar a descer para a Dois e a apertada Três (outro ponto de ultrapassagem para os Turismos, e onde o Lamy se 'espetou' no primeiro GP dele). Aí, começasse a subir - e percebi porque é que dizem que este é um "circuito natural", que aproveita o relevo existente! É que descesse e sobesse muito! Na subida para a VIP continuei a desviar-me de míriade de pessoas que ia a correr, a andar, a passear de patins em linha, a somar voltas de bicicleta, uns mais lentos, outros mais rápidos, outros parados na berma a aproveitarem o Sol para um piquenique, novos, mais velhos, crianças... Uma festa! A Curva VIP faz-se bem (sobretudo se se tiver potência para a subida) e depois entra-se na recta interior, com quase 1 quilometro, sempre a abrir, apesar daquela pequena curva lá no meio (que, em termos de condução, nem conta). E Parabólica Interior - bem fechadinha, e das poucas curvas a sério para a esquerda neste circuito, também ligeiramente a subir. Sentia que ia depressa (e ia), com um bom ritmo e, depois da subida, começa a descida para a Curva da Orelha - que gozo me deu fazer esta parte, em que me recordei de quando estive ali na bancada em frente, com o meu pai e o Pisco, a ver o Grande Prémio - 1988? Já nem me lembro!!! A seguir, a subida para a parte nova - a nova secção do Tanque. A curva antiga ainda ali está e dava para perceber que era uma que separava mesmo os pilotos - feita a fundo, em quarta, e bem cega. E, para lá chegar, uma subida mesmo muito acentuada!! Agora, virei à direita, fiz o gancho apertado e subi o saca-rabos, bem mais depressa do que pensaria dada a inclinação (mas, tinha potência debaixo do pé...), para fazer o "Esse" e entrar na curva mais mítica de todo o circuito... benvindo à Parabólica!! Percebo o fascínio desta curva, feita a acelerar, em apoio total, bem apertada e que vai abrindo suavemente, mas um desafio completo! E lembro-me do Jacques Villeneuve, a ultrapassar alguém por fora, nesta curva!!! Que gozo me deu fazê-la a correr e, no seu final, descobrir a extensão impressionante da Recta da Meta, com as boxes à direita e as luzes da partida lá ao fundo - 23m42s era o que dizia o meu relógio quando voltei a cruzá-las! :)
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