Quad
Estávamos há mais de uma hora a andar de moto4, na zona da Gâmbia, ao pé de Setúbal, por trilhos arenosos, mas fáceis. Desde o início que tinha percebido que eu era o menos à vontade do grupo - tentava guiar a moto4 como se guia uma bicicleta, e estava claramente a perceber que guiar mais com o corpo do que com os braços não seria solução. Mas, apesar de ser o pior do grupo, ainda me estava a ajeitar, e conseguia guiar e passar pelos mesmos sítios dos outros - o problema foi quando, o instrutor, satisfeito com a nossa performance e boa-disposição, nos levou para uma antiga extracção de areia, onde estava desenhado um mini-circuito de obstáculos. Os primeiros foram passados sem problemas, mas, aquela vala, com descida e subida em areia, e uma ligeira curva no meio, foi a minha perdição. Desci devagar (mas demasiado depressa) e a medo (o grande problema), deixei a mota ir muito para a direita, senti que estava fora e tentei virar à esquerda e dar-lhe gás. Mas a moto já não estava no sítio certo...
Senti a frente a elevar-se e a girar para a direita, sobre mim. Senti-me a voar de lado, agarrado a uma máquina pesada, que girava sobre mim. Um pensamento atravessou a minha cabeça "Não posso ficar debaixo da moto!". Acelerei um pouco mais, ao mesmo tempo que largava as mãos do guiador e, com as pernas, dava um forte impulso para longe. Cai estendido no chão, o meu corpo a suportar bem o impacto. Senti uma roda da mota a passar-me por cima do pé - mas, em vez do peso bruto do seu corpo, senti o pneu e o amortecedor a 'contornarem' o meu pé. Levantei-me. "Estou bem!", olhei para a mota, de pé, imobilizada a 5 metros, intacta. "E a mota também!". Senti-me. Não notei nada de diferente - estava tudo bem. Ufa!
Depois, e sob os gritos do instrutor (antigo sargento do Corpo de Intervenção da GNR...), cheio de miaufa, lá peguei novamente na mota e cumpri mais duas vezes o circuito, sentindo melhor o quad e superando a nemésis em que tinha caído há pouco...
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