No Domingo à noite
No Domingo tive uma prova dura. Foi uma prova longa de 6,8 quilómetros lienares, o que significa que, provavelmente, devo ter corrido à volta de 8 kms em piso de areia, no meio do pinhal, a rasgar arbustos que me davam pelo joelho, a proteger-me do vento cortante frio que soprava do mar da Nazaré, a tentar não ser incomodado pelas gotas de chuva. Uma prova de navegação difícil, com pequenos pormenores que nos podiam baralhar e fazer perder o Norte. Mas, uma prova que me deu muito gozo! Pelo prazer de cruzar o pinhal, pelo cheiro da terra molhada, pela sensação de pisar a areia, pelos sons da chuva a bater na folhagem acima de nós, pela velocidade, pelo respirar do ar frio e húmido! Pelo prazer incontornável de olhar para um mapa e vê-lo materializar na cabeça, e depois levantar os olhos e vê-lo ali no terreno. Pelo desafio de navegar por ele até àqueles pequenos pontinhos perdidos no papel e que sabemos que vão estar ali, algures, no meio daquele verde e castanho.
É este o meu desporto! A orientação! Jogar xadrez enquanto se corre no meio da natureza, como os nórdicos lhe chamam. Eu corro e treino para isto – não para conseguir fazer mais quilómetros em estrada! Eu corro e treino pelo prazer de poder correr na natureza, usufruir dela, com dezenas de pequenos problemas para resolver no meio. E o sorriso com que acabei a prova no Domingo (e no Sábado), é a melhor prova disso.
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