Roswell UFO - uma cache em Monsanto
O mostrador do GPS mostrava 61 metros para a cache. Conseguia ver o caminho que seguia para lá, afastado umas dezenas de metros, por entre o verde e castanho das árvores, com o grande objecto cilíndrico branco fumegante afastado uns quantos metros. O cheiro húmido da terra até há pouco sôfrega de água envolvia-me e entrava pelos meus pulmões. Decidi que os meus passos iam contornar o verde da vegetação e não a seta, pus os meus pés a caminho e fui…
Não foi difícil encontrar a cache. Ela estava lá e eu andava por ali a esquadrinhar tudo. Encontrei-a. Abri-a. Agarrei o logbook e a caneta, e preparei-me para a assinatura da praxe. Não funcionava! A caneta que eu tinha trazido não funcionava… Típico… Olhei em volta, na esperança de encontrar alguém que pudesse ter por ali qualquer coisa que escrevesse. Mas claramente, um Sábado à tarde não é exactamente o melhor dia para pedir uma caneta a alguém no meio de Monsanto – é uma boa lição! Então… onde raio é que eu podia arranjar uma caneta? Duhh! A solução era tão óbvia que até doeu!
Quente! Porra! Estava quente! Ignorei a dor e bati duas vezes na fuselagem – “Porque raio é que isso não tem uma campainha?” Esperei uns segundos e bati outra vez. “Qowey!” ouvi dizer de lá dentro. “rwuey?”. “É o Lynx! Preciso de ajuda!” E o grande cilindro branco abriu-se e, de lá de dentro, saltou uma figura com cerca de 1m20, uma cabeça clara no topo do tronco verde, uma estrutura mal definida, um… ok, ok, o extra-terrestre era igual ao daquela série parente do “Family Guy”, mas tinha um avental e uma vassoura! Era óbvio que o tinha interrompido quando estava a varrer o chão! Temi que ficasse mal humorado – afinal, eu precisava da ajuda dele!
- “twioyue?”
- “Preciso de uma caneta por uns segundos.”
- “wuihos?”
- “É uma daquelas coisas que serve para escrever num papel. Um papel é uma forma trabalhada de pasta de celulose.”
- “Quy! Gwsihjisdj?”
- “Para escrever no logbook daquela cache ali da frente!”
- “gewuhcashyng?”
- “Quase! Geocaching! Ah… ok… é um jogo que se joga aqui na Terra. Anda-se à procura de umas caixinhas escondidas pela Terra, através de uns aparelhos que captam e decifram os sinais de localização enviados por satélites que orbitam o planeta. É giro!”
- “fuhu! Fshsoi! Ffhifhjlajjjj afsijks fhwihdk hwieh s ijfhij! Porra! Fsoijfdi!”
- “Ok, ok, até podes achar que o nosso sistema GPS é uma porcaria, mas, para nós, funciona. Não tenho culpa que tenhas lido mal o sinal!!!”
- “fqh New York!!!”
- “Ao menos acertaste na latitude! Tens uma caneta ou não?”
- “fasihjij! Ah Ah!”
- “fasihjij Ah Ah? O que é que tem de mal uma caneta?”
- “Duh! Fains das daio!”
- “Ah! A gravidade no espaço… ok, faz sentido! Tens alguma coisa que escreva?”
E foi assim que fiz um log com um lápis… Obrigado aos senhores simpáticos que vieram do espaço e me emprestaram um lápis!
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