O que o meu braço sabe sobre ténis
Tenho pensado um pouco nisto. Nos automatismos que o nosso corpo ganha com o tempo. Em fazer certos gestos para os quais foi treinado, de tal forma que o nosso cérebro parece não ter influência neles. Andar de bicicleta é um deles. Assim como correr. Ou jogar ténis.
Na realidade, muitas vezes, pergunto-me quem sabe mais sobre a minha direita no ténis - eu ou o meu braço. É um movimento que ele faz naturalmente, sem pedir autorização ao resto do corpo - o que é ainda mais estranho, porque a minha direita não é um movimento apenas do braço, mas de todo o corpo, que se coordena com ele. A bola vem, os meus pés movimentam-se, o tronco roda, braço atrás e, depois, num preciso momento, numa localização específica da bola, todo o meu corpo se solta, o braço bem de trás num arco, a bola vai, exactamente para o único pensamento que o meu cérebro teve - onde a colocar. Tudo o resto foi automático. Na realidade, se me pedirem, nem consigo descrever o movimento em pormenor - é assim e pronto! E é melhor nem tentar pensar muito nisso, porque se o cérebro pensa demais, interfere com o movimento e as coisas correm mal...
Por isso, cada vez mais penso que é impressionante o que meu braço sabe sobre ténis - muito mais do que eu sei!
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home