A Maratona
Era um sonho antigo. Que sempre me pareceu distante. A capacidade de correr 42.2 quilómetros. A de cumprir a maratona. E ontem, finalmente, fi-lo.
Já tinha tentado há uns atrás, aí uns cinco - nessa altura, acabei por correr 30 quilómetros, no que foi uma prova de puro sofrimento, com os joelhos a latejarem desde muito cedo. Desta vez, tudo correu bem melhor. Corri os primeiros 25 quilómetros sem problemas, pelo Sul de Roterdão, num ritmo relativamente homogéneo, em que tentei controlar o ímpeto de ir demasiado depressa nos quilómetros iniciais, estabilizando rapidamente entre os 5:50 e os 6 min/k. Depois, sim, sofri um pouco a seguir à minha paragem para "almoço" (uma barra, uma banana e siga), e cumpri a volta norte bem mais devagar, num misto de corrida entre os 6:30 e os 7 min/k e a caminhada (mas mesmo essa num passo bastante razoável). E cheguei ao fim, no centro de Roterdão, numa pequena explosão de alegria - quando cruzei os 42,2Ks, tinha acabado de cumprir um sonho!
Olhando para trás, acho que houve vários factores de contribuíram para, finalmente, ter cumprido esta distância:
- treino mais rigoroso. Desta vez, cumpri um calendário mais "certinho" de treinos. Estive, constantemente a correr 3 a 4 vezes por semana, desde Janeiro, sempre com distâncias mensais a superarem os 120 quilómetros (excepto em Fevereiro, mas mesmo isso foi bom para não me esgotar) e em que, planeei um aumento gradual de distâncias ao fim-de-semana - incluíndo 4 ocasiões em que fiz mais de 20 quilómetros;
- preparei as minhas pernas e os meus joelhos com alguns exercícios simples, mas regulares, de musculação, o que acho que foi o segredo para os meus (frágeis) joelhos se terem aguentado;
- escolhi um percurso mais fácil do que o de Madrid. Não há comparação possível entre um percurso a 700m de altitude e com várias subidas e descidas e o de Roterdão, plano e ao nível do mar;
- o apoio constante do público ao longo dos 42Ks, que, literalmente, é capaz de levar um participante aos ombros;
- experiência e maturidade, o que acabam por ser essenciais numa distância tão grande. A capacidade de não desesperar com os quilómetros que ainda faltam e de não nos cansarmos com a "monotonia" de um percurso constante de corrida em que não estamos a fazer mais que... correr!
Mas, enfim, acabei a Maratona! E estou com um sorriso insuportável! De felicidade e sentir que me superei!
P.S.- Não liguem ao gráfico da altitude...
4 Comments:
Eu não previ que ia correr tudo bem?
Parabéns.
E tinhas razão! Muito obrigado!
cagandapinta!
Muito obrigado!
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