500!
Ainda pensei se não deveria assinalar este marco com uma cache específica – uma daquelas que toda a gente considera míticas, que deixa toda a gente a sonhar. Depois, reflecti um pouco melhor e percebi que não seria a melhor forma de o fazer. Afinal, o que conta não é só chegar, é a caminhada. E o que interessa verdadeiramente não é a 500ª, se as outras 499, que me fazem chegar a este marco, foram particularmente ricas. E foram-no de facto!
As 499 caches de um percurso que comecei a desenhar em Agosto de 2004 (com a mítica Kir-6, uma virtual numa cabine telefónica em Belém) fizeram-me conhecer novos recantos do país, ou revisitar outros que já conhecia e que tanto prazer me deram rever, descobrir novos amigos, andar quilómetros sem ver vivalma ou tentar ser discreto e natural para que fosse invisível aos olhos da multidão, percorrer um parque gelado em Londres às 7 da manhã para aproveitar ao máximo antes de uma reunião começar ou fazer uma pausa na ‘torra’ na praia proporcionada pelo estio algarvio, atravessar quilómetros de BTT, com o GPS no guiador e mapas à minha frente a vislumbrar o melhor caminho no labirinto da floresta, correr de mochila às costas até à próxima cache, treinar para meias-maratonas, utilizar um bastão de caminhada, percorrer centenas de quilómetros ao volante de 5 carros diferentes, proporcionar boas surpresas aos meus pais, aprender a escalar e começar a ultrapassar o meu irracional medo de alturas, fazer bons amigos (eu sei que é repetido, mas acho que merece sê-lo), divertir-me a escrever logs e a soltar a imaginação, tirar fotografias, ter boas desculpas para ir sentir o cheiro da terra molhada depois de uma chuvada, encher os olhos de sol e cor do alto de um dos picos de Sintra, fazer uma semi-churrascada numa praça central de uma vilória raiana espanhola, ouvir Torga num dos pontos mais altos de Portugal, sentir o vento forte e fresco e húmido a soprar nas minhas orelhas numa qualquer falésia, ter o prazer de dar a conhecer cantos esquecidos, sentir a excitação e o frémito da descoberta.
Uma palavra em especial para o meu GPS. Todas estas 500 foram descobertas com o meu clássico Geko, seguindo uma setinha e tentando ler o terreno. Se entrar no geocaching foi uma desculpa para comprar um gps (e foi mesmo!!!), foi depois o Geko um excelente veículo para descobrir ao máximo o que me rodeava. E, por muito arcaico e rudimentar que seja, nunca me deixou ficar mal – nenhum dos meus DNFs foi da responsabilidade dele.
Mas, se eu não escolhi a cache em que ia dobrar o marco, posso dizer (como se eu precisasse de uma confirmação) que sou uma pessoa de sorte. Porque, apesar de não a ter escolhido, estar ali, no topo do penhasco, a pisar a terra e a rocha, com uma ribeira forte a meus pés, a olhar o montado a perder de vista, ondulando sobre os montes, pintalgados aqui e ali por vinha, um ou outro eucaliptal, casas brancas na distância, com a luz forte ainda do final de tarde, realçando a terra boa do norte-alentejano, as suas cores e cheiros sempre tão vivos, adivinhando as rochas gigantescas e os riachos por onde tinha corrido de manhã, dei por mim a pensar que não poderia ter escolhido melhor local para a 500ª. E sabem que mais? Acho que não podia mesmo!
Que as próximas quinhentas tragam tantas coisas boas quanto aquelas que já fiz!
As 499 caches de um percurso que comecei a desenhar em Agosto de 2004 (com a mítica Kir-6, uma virtual numa cabine telefónica em Belém) fizeram-me conhecer novos recantos do país, ou revisitar outros que já conhecia e que tanto prazer me deram rever, descobrir novos amigos, andar quilómetros sem ver vivalma ou tentar ser discreto e natural para que fosse invisível aos olhos da multidão, percorrer um parque gelado em Londres às 7 da manhã para aproveitar ao máximo antes de uma reunião começar ou fazer uma pausa na ‘torra’ na praia proporcionada pelo estio algarvio, atravessar quilómetros de BTT, com o GPS no guiador e mapas à minha frente a vislumbrar o melhor caminho no labirinto da floresta, correr de mochila às costas até à próxima cache, treinar para meias-maratonas, utilizar um bastão de caminhada, percorrer centenas de quilómetros ao volante de 5 carros diferentes, proporcionar boas surpresas aos meus pais, aprender a escalar e começar a ultrapassar o meu irracional medo de alturas, fazer bons amigos (eu sei que é repetido, mas acho que merece sê-lo), divertir-me a escrever logs e a soltar a imaginação, tirar fotografias, ter boas desculpas para ir sentir o cheiro da terra molhada depois de uma chuvada, encher os olhos de sol e cor do alto de um dos picos de Sintra, fazer uma semi-churrascada numa praça central de uma vilória raiana espanhola, ouvir Torga num dos pontos mais altos de Portugal, sentir o vento forte e fresco e húmido a soprar nas minhas orelhas numa qualquer falésia, ter o prazer de dar a conhecer cantos esquecidos, sentir a excitação e o frémito da descoberta.
Uma palavra em especial para o meu GPS. Todas estas 500 foram descobertas com o meu clássico Geko, seguindo uma setinha e tentando ler o terreno. Se entrar no geocaching foi uma desculpa para comprar um gps (e foi mesmo!!!), foi depois o Geko um excelente veículo para descobrir ao máximo o que me rodeava. E, por muito arcaico e rudimentar que seja, nunca me deixou ficar mal – nenhum dos meus DNFs foi da responsabilidade dele.
Mas, se eu não escolhi a cache em que ia dobrar o marco, posso dizer (como se eu precisasse de uma confirmação) que sou uma pessoa de sorte. Porque, apesar de não a ter escolhido, estar ali, no topo do penhasco, a pisar a terra e a rocha, com uma ribeira forte a meus pés, a olhar o montado a perder de vista, ondulando sobre os montes, pintalgados aqui e ali por vinha, um ou outro eucaliptal, casas brancas na distância, com a luz forte ainda do final de tarde, realçando a terra boa do norte-alentejano, as suas cores e cheiros sempre tão vivos, adivinhando as rochas gigantescas e os riachos por onde tinha corrido de manhã, dei por mim a pensar que não poderia ter escolhido melhor local para a 500ª. E sabem que mais? Acho que não podia mesmo!
Que as próximas quinhentas tragam tantas coisas boas quanto aquelas que já fiz!
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