Sobre sapatilhas e a sua duração
Foi durante o meu treino mais longo dos últimos meses que comecei a sentir
que algo não estava bem. Estava a correr 16ks, e comecei a sentir uma dorzinha
no joelho por volta do quilómetro 14. Mais forte e diferente do que o habitual.
“Não bom”, como costumo dizer.
Os treinos que realizei nos dias a seguir confirmaram os meus receios – e,
acabaram por, muitos deles, serem mais pequenos testes para perceber o que se
passava. Acabei por realizar corridas curtas, com menos de 6 ks e com alguma
dor – e não valia a pena forçar, aprendi isso há muito tempo. Por isso, decidi
parar por uns tempos, com um ou outro pequeno teste pelo meio, ao mesmo tempo
que voltava a fazer os meus exercícios de pesos para fortalecimento do joelho.
E fiz também o mais importante. Mudei de ténis no último teste que fiz.
Usei as sapatilhas de “emergência” que comprei em Chicago há alguns anos atrás,
quando me perderam a mala e queria correr na neve. Têm poucos quilómetros e são
bem confortáveis – e acabaram por me elucidar sobre o que aconteceu para a
minha lesão crónica ter voltado a aparecer.
A verdade é que todas as sapatilhas têm uma validade, um limite. Ao fim de
alguns quilómetros a suportar batidas constantes de 74 quilos, a estrutura da
sola perde capacidade de absorção e transmite as pancadas directamente para a
perna em vez de as absorver. E são essas pancadas constantes que desgastam o
meu joelho, já com muitas acelerações e travagens em cima, do tempo em que
jogava ténis frequentemente.
Normalmente, a maioria das sapatilhas terá uma vida útil de cerca de 500 /
600 quilómetros – há quem aponte para mais, se bem que, eu, pela via das
dúvidas, fique sempre por este limite. E era com esse com que contava para as
minhas últimas Nike – um modelo fashion que me ofereceram em Março. Só que, um
modelo com uma estrutura bem mais macia e leve – e, acredito agora, um limite
bem menor. Desde que os comecei a usar deverei ter realizado entre 300 a 400Ks –
mas acredito que chegaram ao seu máximo, a sua capacidade amortecedora chegou
ao fim.
Por isso, a solução, que já coloquei em prática ontem, foi voltar a correr
com as minhas sapatilhas de Chicago (ainda devem ter mais uns 300 ou 400
quilómetros nelas) e encomendar novos ténis. E ter sempre na minha cabeça a
quilometragem acumulada que estou a fazer. Tem que ser – é uma questão de
saúde.
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