As crónicas do Lynx

Uma colecção de pequenas crónicas dedicadas a uma grande paixão de sempre: Viver essa maravilhosa aventura que é o dia-a-dia!

terça-feira, abril 22, 2014

"Carregado pela multidão"


Este é o último post sobre a Maratona que corri - pelo menos por algum tempo! Mas achei que valia a pena falar da tremenda sensação que é correr com uma multidão a puxar por nós - porque foi isso que aconteceu na Maratona de Roterdão!

Antes de mais, a afluência de espectadores é extraordinária - são dezenas de milhares de pessoas espalhadas pelos 42 quilómetros. É raro haver um espaço grande entre espectadores e, então, depois de se dobrar a esquina nordeste do Kralinger, deixa de haver um único - a multidão é contínua!

E é uma multidão participativa! Que grita por aqueles que vieram apoiar ao longo de todo o percurso. Mesmo que isso signifique acompanharem o percurso ao longo de toda a maratona - lembro-me de ter visto as mesmas pessoas em 2 ou 3 pontos diferentes do percurso, com muitos quilómetros entre cada ponto. Alguns dos apoiantes oferecem mesmo um apoio adicional - como indiciava o cartaz que vi que anunciava a um pai que a mãe tinha uma sandes para ele ao quilómetro 27... Mas estas pessoas não foram só para ver correr as pessoas que apoiam, pais, mães, filhos, namorados, namoradas, maridos, mulheres, amigos, mas sim para apoiar toda a gente - e como temos os nossos nomes nos dorsais, fui continuamente "empurrado" por desconhecidos que gritavam "Ricardo, não pares!" (ou algo parecido, porque era em holandês...). O que é uma sensação fabulosa - como uma amiga minha já me tinha dito, a partir de certa altura, e quando mais precisamos, somos carregados pela multidão até à meta. 

A maratona é uma corrida e, por isso, por definição, solitária, mas aquela multidão envolveu-me (e não só a mim) e levou-me nos seus aplausos, gritos e incentivos até ao final.

P.S- O corredor que eu vi mais aplaudido foi um que foi vários quilómetros à minha frente, com a camisola oficial do Feyenoord, o maior clube de Roterdão.