As crónicas do Lynx

Uma colecção de pequenas crónicas dedicadas a uma grande paixão de sempre: Viver essa maravilhosa aventura que é o dia-a-dia!

segunda-feira, agosto 24, 2015

Roterdão - Amesterdão de bicicleta


Era um objectivo, desde que cheguei à Holanda - fazer Roterdão - Amesterdão de bicicleta, aproveitando as espectaculares ciclovias holandesas. E, porque não, fazê-lo na minha bicicleta dobrável - até porque é a única que tenho aqui?

Bom, dito e feito - este domingo, às 8h30 da manhã, lá estava eu a ligar o GPS montado em cima da minha pequena bicicleta, à frente do nosso prédio. Nas costas, a minha grande mochila de caminhada, com água qb, barras energéticas, telefone, carteira e... as indicações da rota a seguir, tirada do site oficial holandês de rotas para bicicletas - e que acabou por ser o grande problema desta mini-aventura.

A rota inicial por Roterdão foi fácil, a cruzar o Maas e o Kralinger a bom ritmo, seguindo as tais indicações. O problema começou no entanto ainda em Roterdão, em Hillegersberg - quando cheguei a este nó, não consegui encontrar o que, supostamente, seria o seguinte, nas tabuletas. Nunca tal me tinha acontecido, mas, encolhi os ombros e, como já sabia mais ou menos qual a direcção, segui a tabuleta mais aproximada e força no pedal. Depois, encontrei um mapa com as indicações dos nós de bicicleta de Roterdão e percebi o que deveria fazer para chegar ao tal próximo ponto.

E assim foi durante vários quilómetros, em que, progressivamente, fui saindo de Roterdão. Até ao momento em que... o mapa de bicicleta de Roterdão, com os pontos todos da área, acabou e deixei de ter qualquer indicação! Luvas tiradas, bebi um pouco de água (já pedalava há mais de uma hora e já tinha mais de 20ks em cima) e uma sessão de contemplação de mapa... Bom, acho que tenho que ir para esta cidade já aqui em cima, no Windows maps, siga. E segui! E foi só quando lá cheguei e voltei a encontrar um novo mapa de nós de bicicleta que percebi o problema. Os mapas de cada região da Holanda não estão ligados entre si! E, por isso, sair de um mapa e entrar noutro é uma transição difícil - que, ainda para mais, não é assinalada nas rotas oficiais! Ou seja, estava com 35ks em cima e vários ks fora da rota que tinha estimado. Ainda por cima, no meio de todas estas andanças, tinha perdido uma das minhas luvas de ciclismo (a outra ficou, milagrosamente, agarrada à bicicleta, quando as tirei para beber água no ponto anterior)...

A solução? Bom, olhei para o Windows Map, e apontei para uma sequência de cidades que me levariam a Amesterdão. Para além dos nós de ciclismo, abundam pelas ciclovias holandesas placas que nos guiam entre as cidades mais próximas, e foi nessas indicações que me fiei para me conduzir entre cada uma das cidades da minha nova rota. E resultou!

Cruzei Alphen an den Rijn (cidade industrial sem muita história) e, depois, segui pelo meio dos campos para Norte, sempre por impecáveis ciclovias (a rede holandesa é verdadeiramente fabulosa, permitindo mesmo que se pedale por todo o país sem problemas), chegando a Leimuiden, onde me deparei com uma aprazível sequência de pequenas vilas - e um canal muito frequentado, que liga Amesterdão a uma série de lagos e que, por estar um dia quente, estava apinhado de barcos de holandeses a gozar um pouco de Sol. Aquilo meus amigos, é que é qualidade de vida! Esse canal acabou por ser um excelente guia e companheiro até Schipol, o aeroporto de Amesterdão. Também ajudou em termos de motivação porque, lá pelo meio, comecei a ver placas de ciclovia a indicarem o meu destino a menos de 30ks - e já não a 80!

Foi em Schipol que cruzei o canal e entrei numa parte que não conhecia - o Bosque de Amesterdão. Uma cerrada e bonita floresta, entrecortada por prados, piscinas públicas e gente a dar descontraídos passeios de Sábado à tarde! Uma maravilha! Foi aqui também que, cansado (as pedaladas já não rendiam o mesmo), parei para almoçar um minúscula sandes mista, que me retemperou de forças para cruzar Amesterdão até ao Dam - enfrentando um trânsito infernal de bicicletas e, no centro, de turistas nas ciclovias. Mas, cheguei, por fim, ao Dam, depois de 87ks de pedaladas - já só me faltavam mais 6 até ao local onde a Jully me esperava para poder guardar a bicicleta no carro (claro! Como é que pensavam que eu tinha regressado a casa?)


2 Comments:

At 6:39 da manhã, Blogger Unknown said...

Grande aventura. :)

 
At 6:40 da manhã, Blogger Unknown said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 

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