Tempestade numa tenda
A chuva caia sem cessar sobre a lona estendida, e o vento soprava violentamente, enfunando o pano.
Para mim, menino da 'cidade', acampar é, por si, uma aventura. Só o fiz 3 vezes (reparem, vou voltar a utilizar a expressão 'menino'), uma na Costa Vicentina e duas no parque de campismo do Pião, na Serra da Estrela. Estas 2 últimas, com uma tenda '2 seconds' - vale a pena o comodismo!
Mas, a experiência de, durante uns dias, viver num espaço exíguo com um máximo de um metro de altura por dois de comprimento é espectacular. Os rituais de ir tomar banho 'gelado' com a toalhinha num ombro, a roupa no outro e o necessaire na mão, ou, de noite, falar com as pessoas e fazer tudo com um frontal ligado e apontado para a frente, são incontornáveis! Assim como a solidariedade que se estabelece num acampamento - toda a gente está lá para a toda a gente, quer seja a emprestar um maço para montar uma tenda, ajudar a desmontá-la, partilhar um prato de sopa ou uma talha de melão, ou qualquer outra coisa. É uma sensação comunitária espectacular!
E, claro, há a mística de dormir praticamente ao relento, numa 'frágil' estrutura de lona e estacas, que, no entanto, suportam tão bem as adversidades climatéricas, como comprovámos neste acampamento. Na primeira noite, as chuvadas foram uma constante, e de uma violência brutal, acompanhadas de rajadas que nos recordavam que sim, estávamos a cerca de 850 metros de altitude. Todas as estruturas aguentaram bem (felizmente, estava a ver que tinha que vir cá para fora com o meu pijama dos patinhos...), mas não preguei olho a noite toda com o barulho e o sobressalto de 'quando é que voa uma tenda'!
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