As crónicas do Lynx

Uma colecção de pequenas crónicas dedicadas a uma grande paixão de sempre: Viver essa maravilhosa aventura que é o dia-a-dia!

domingo, agosto 10, 2008

Em busca da lança de Longinus no Parque da Pena

A lança de Longinus. O dardo que matou Cristo, na cruz, às mãos do centurião Longinus. Escondido pelos árabes ali, próximo do cume da serra, defronte a Sintra. No sítio onde depois construiram um convento e, séculos depois, um palácio. Indiana Jones teria estado aqui em sua busca, guiado por um velho manuscrito moçárabe. Agora, era a minha vez de tentar a minha sorte.


Isto é uma das coisas que eu gosto no geocaching. Uma boa cache pode ser construída de forma a colocar-nos no centro de um bom enredo, que depois vamos construindo a pouco e pouco. De certo modo, como se fossemos personagens numa história semi-alternativa (um pouco como os ARG que agora estão tanto na moda). E quando tal acontece num cenário fascinante, essa cache torna-se viciante.


Por isso, Sábado de manhã, lá deixei o carro em Sintra, ao pé da estação e, com a minha mochila, GPS, câmara e bastão, subi até lá acima, ao Parque da Pena, replicando uma caminhada que fiz há muitos anos (10??), e que considero como um marco pessoal na minha vontade de subir montanhas, ou envolver-me no meio da floresta. Nessa altura, como agora, a subida continua a ser fabulosa, coberta por árvores de porte avançado, seguindo a estrada estreita e serpenteante até lá acima, à entrada do Parque.


Conheço relativamente bem o parque, nomeadamente desde que, no ano passado, servi de 'testador' de um percurso de orientação que o CPOC estava lá a desenhar para uma prova do campeonato nacional. Assim, e apesar do fraco sinal do GPS, sabia para onde me dirigir, aproveitando para gozar do ar fresco e puro, e das incriveis paisagens que por vezes tinha ao virar da esquina, quer fosse a estátua do "Gigante" ou o panorama invejável do "Trono da Rainha". Tudo isto, acompanhado por uma atmosfera verdadeiramente única, quase mística, de mistério, em que o história da lança de Longinus caía tão bem.


Depois de encontrada a primeira cache, foi a altura de tentar desvendar o mistério que ela apresentava e procurar então a lança. E foi aqui que as coisas começaram a não correr tão bem. Não tenho a certeza se terei percebido o mistério e, como tal, se procurei nas coordenadas certas. Ou seja, não encontrei a lança. Ela continua lá em cima, algures, à minha espera.




Mas, o passeio pedestre de 15 kms pela Serra de Sintra e a busca a ele associado, esses, foram um autêntico prazer.