O fim de uma era?

Foi há quase 10 anos que comecei a jogar geocaching - inscrevi-me no site em Agosto de 2004, atraído pela ideia de aventura e descoberta. Adorei a viagem nos primeiros anos, os magníficos sítios que descobri. Também descobri pessoas fabulosas, com as quais aprendi muito - o Manuel, o Paulo, o Daniel, o Rui, o Bruno, o Victor, o Pedro, o Nuno, a Rita.

Mas hoje já não sinto o mesmo - já não me sinto atraído pelo geocaching. Na realidade, sinto-me cansado do geocaching. É um jogo que, muito sinceramente, começo a considerar algo enfadonho - foi-se o sentimento de descoberta. Na verdade, o geocaching ultimamente não me mostra locais novos - mostra-me caixinhas escondidas em sítios banais. Já não há aquele arrepio, aquele deslumbramento pelo sítio único em que me encontro. Foi-se a aura.

Não nos iludamos. Seria fácil culpar a massificação do jogo. Mas não acho que seja só isso - com tantas ferramentas à disposição em todo o lado, poderia sempre tentar separar o trigo do joio. Eu é que já não quero alocar o tempo a essa separação. Na minha lista de prioridades, o geocaching veio muito cá para baixo - não me dá o mesmo gozo que um jogo de ténis, que uma corrida, que passar mais tempo com os meus amigos, a minha mulher, escrever. Pura e simplesmente, acho que me fartei. Já não consigo sair para fazer geocaching - se há algo ao lado, posso ir fazer uma cache, mas, depois, isso só contribui para a tal sensação de que não há caches interessantes.

E, com essa sensação de enfado, aparecem as minhas caches ao desleixo, sempre a precisar de manutenção, os logs em atraso. O que não está de acordo com a minha postura.

Acho que se justifica uma pausa. Tenho que pensar nisto.