No pico da Nevosa
seguia ao longo do verde do vale, com a corrente do rio à esquerda, e a Nevosa e os Carris ao fundo, fora da nossa vista, apenas pressentidos no infinito. E, cada um de nós, a seu tempo, com uma inspiração mais ou menos longa, mais ou menos profunda, com os seus próprios pensamentos e reflexões guardados consigo, deu um passo em frente, pisando o caminho e ficando um passo mais próximo dos nossos objectivos desse dia.
Este foi o primeiro passo para um dia verdadeiramente magnífico. Um dia extraordinário em que, para além de ter a oportunidade de fazer algumas caches míticas, tive, sobretudo, a sorte de o fazer integrado num grupo expedicionário 5 estrelas – sob todos os aspectos.
Depois foi o caminho em corta-mato até à Nevosa, pelo meio de mal-definidos carreiros, procurando o melhor caminho que minimizasse os efeitos da nossa passagem e nos levasse mais rápido e da forma menos cansativa lá acima, atravessando uma selada em altitude, com o vale de um lado a levar o olhar até Pitões das Júnias e mais adiante, até ao Marão, e, do outro, para as serranias galegas do Xurés. A vista, sob uma luminosidade pouco habitual, deleitava-se com o cenário magnífico, pontilhado, ainda, por mais garranos na paisagem, e pelo rochedo da Nevosa em fundo.
hum degrau ou subida para vencer. Estava realmente no ponto mais alto de todos os arredores. Ali, no topo da Nevosa, rodeado de amigos que, de uma forma ou de outra, me ajudaram a ali chegar, podia realmente perceber o que estava do outro lado da montanha, podia ver todos os meandros em meu redor, extasiar-me com uma paisagem magnífica, encher os pulmões de um ar puro, livre e sem restrições. Tinha atingido o cume. E estava (e estou!!) muito feliz por isso. É que… vale mesmo a pena! Acho que é daquelas sensações que muito dificilmente podemos mesmo transmitir por palavras.Depois, bom, depois foi abrir as mochilas e almoçar, enquanto o Paulo Henriques lia Miguel Torga (que esteve por diversas vezes aqui em cima, e que descreve profusamente a experiência) e iniciar a descida, que nos levou a passar pela esquerda do Altar dos Cabrões (outro pico famoso do Gerês), e descer para Espanha, para a 'Mina das Sombras', uma cache colocada dentro de uma galeria mineira, parente mais pequeno da Mina dos Carris - sempre, mas sempre, acompanhado pelas óptimas explicações geológicas do PH (isto, assim, é de um luxo!). Depois desta cache (onde encontrámos 2 geocachers que esperavam por nós, a Silvana e o Drager), seguiu-se uma caminhada de cerca de... 15 quilometros, praticamente planos, e em caminhos em bom estado. Só que a extensão e o adiantado da caminhada (ainda por cima, depois de uma quase directa de Lisboa), fizeram-nos chegar bem cansados ao final do percurso.
Mas, acreditem, a Nevosa, vale bem, mas mesmo muito bem a pena!

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