As crónicas do Lynx

Uma colecção de pequenas crónicas dedicadas a uma grande paixão de sempre: Viver essa maravilhosa aventura que é o dia-a-dia!

domingo, março 25, 2007

Um dia com os diabéticos


Hoje fui fazer uma caminhada (acho que é a primeira vez que participo numa destas actividades em que o objectivo é tão só e somente andar) na Serra de Montejunto. O convite tinha-me sido feito no dia anterior, por um amigo meu, meu companheiro de equipa nos tempos de Challengers Trophy. O pretexto para esta caminhada... a expedição que a Associação de Jovens Diabéticos de Portugal vai fazer às montanhas do Atlas em Outubro.



A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal organiza regularmente expedições dos seus membros a grandes montanhas do Mundo (o Tiago já foi com eles ao Monte Branco, e o ano passado 'conquistaram' o Kilimanjaro), com o objectivo de desmistificar a incapacitação da doença. Com o objectivo de mostrar que, com uma vida e alimentação regulada, é perfeitamente possível atingir aquilo que muitas pessoas teoricamente mais saudáveis não conseguem - atingir o cume de autênticos gigantes de terra e pedra que tocam o céu.



Assim, estive hoje das 10h da manhã até às 15h30 rodeado por um alegre bando de 30 pessoas, que me ensinaram que um nível de 400 no sangue é considerado hiperglicemia, e que resulta em sede e uma grande vontade de urinar, que um nível abaixo de 90 é mau, é hipoglicemia, aquilo a que costumo chamar 'falta de açúcar no sangue', e que pode levar, se não se intervir a tempo, a um estado comatoso. Percebi que o nível de desinformação da sociedade acerca dos diabetes continua a ser tremendo - não, uma pessoa não é diabética porque quer! E, sobretudo, diverti-me imenso!



Foram 10 kms de um percurso circular com início e fim na real fábrica de gelo, passando pelo cume da serra (o que não está ocupado pelo radar, mas sim por uma ermida), descendo pela encosta Sudoeste por um vale e voltá-lo a subir para cruzar a estrada perto da cache ("Heaven's Windmill" - aliás, passei por 'n' sítios com caches), cruzando-nos a toda a hora com vestígios (pegadas) de javalis, atravessando uma espectacular zona de vegetação autóctone, descendo por um outro vale até à face Norte, procurando o 'Bungee', o cão que levávamos e que, a meio caminho, decidiu que éramos demasiado lentos para ele (foi assustador, pensávamos mesmo que o animal se tinha perdido... e ele pensou o mesmo porque, quando nos viu, parecia que tinha asas), enfrentando a chuva constante e gelada (afinal, estávamos no famoso sistema montanhoso Montejunto-Estrela) quando decidimos subir a face Norte por um caminho pequeno e íngreme que passava pela base da Penha do Meio-Dia, passando pelo bosque de castanheiros da área central, chegando novamente ao nosso ponto de partida. E sempre em muito boa companhia. Espectáculo!

segunda-feira, março 19, 2007

Geocaching em Berlim

Confesso que já pouco faço de geocaching citadino. Tenho cada vez menos paciência para estar rodeado de carros, paredes de cimento e asfalto ao fim-de-semana! A grande excepção (para além daquelas que vão inevitavelmente acontecer quando me voltar a apetecer cachar em Lisboa - eu tenho a grande vantagem de achar que a coerência é sobrevalorizada...) é fazer geocaching em cidades estrangeiras.

A escolha desta vez foi Berlim. Tinha lá uma reunião de dois dias e a possibilidade de prolongar a estada pelo fim-de-semana, numa cidade que adoro e em que ainda me faltava (e falta) tanto para descobrir.
Claro que, para além das características muito próprias do geocaching urbano (as caches estão invariavelmente infestadas de muggles, são normalmente magnéticas e completamente maradas, etc...), o geocaching em qualquer cidade que não a nossa tem sempre as suas particularidades - Berlim não é excepção!

Antes de mais, convém ter um absoluto domínio sobre a língua alemã. Caches em inglês, apesar da imensa afluência de turistas estrangeiros à cidade, são uma raridade. Que diferença face às nossas caches, em que, mesmo aquelas que não têm uma tradução em inglês, têm quase sempre uma tradução para inglês nesse imenso projecto de babelização do geocaching que é o "Translatio Project" do BTRodrigues!
Depois, a limpeza - sim, não é preciso andar a olhar cuidadosamente para os pés para ver se não se pisa algo que um dono distraído de um canídeo tenha deixado algures... A segurança que se sente nas ruas, que não aparentam ser sequer minimamente policiadas (mas acreditem que são só aparências) dá um grau de confiança a qualquer geocacher que, por norma, se vai comportar de forma bastante estranha para um turista vulgar, às vezes em sítios... invulgares da cidade.

O interesse das caches. Lisboa ainda é um bom exemplo de uma cidade em que praticamente todas as caches são interessantes, mas Londres, por exemplo, já não. Abundam as caches porque sim, porque me apeteceu esconder uma e ali é o único sítio das redondezas que está a mais de 160 metros de qualquer outra cache - o que desvaloriza imenso a experiência. Todas as caches que fiz (ou tentei fazer...) em Berlim proporcionaram-me boas experiências em locais bem agradáveis - e isso faz toda a diferença!!
Por último - o "CurryWurst", esse autêntico tratado gastronómico berlinês, em que à germânica salsicha... se adiciona caril e ketchup! À venda em qualquer roulotte ou Imbiss da cidade!

quinta-feira, março 01, 2007

Javalis

O que fazer quando se encontra um javali:

1) Agir calmamente e nunca fazer nenhum movimento brusco ou que possa ser entendido como agressivo pelo animal;

2) Calmamente, desviarmo-nos da direcção que ele está a seguir;

3) Ficarmos sempre perto de uma árvore fácil de trepar para o caso de termos que imitar os nossos antepassados e sair dali para fora usando uma técnica de ascensão vertical rápida (conhecida pelo nome técnico de "amarinhar rapidamente de galho em galho")