Um dia com os diabéticos
A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal organiza regularmente expedições dos seus membros a grandes montanhas do Mundo (o Tiago já foi com eles ao Monte Branco, e o ano passado 'conquistaram' o Kilimanjaro), com o objectivo de desmistificar a incapacitação da doença. Com o objectivo de mostrar que, com uma vida e alimentação regulada, é perfeitamente possível atingir aquilo que muitas pessoas teoricamente mais saudáveis não conseguem - atingir o cume de autênticos gigantes de terra e pedra que tocam o céu.
Assim, estive hoje das 10h da manhã até às 15h30 rodeado por um alegre bando de 30 pessoas, que me ensinaram que um nível de 400 no sangue é considerado hiperglicemia, e que resulta em sede e uma grande vontade de urinar, que um nível abaixo de 90 é mau, é hipoglicemia, aquilo a que costumo chamar 'falta de açúcar no sangue', e que pode levar, se não se intervir a tempo, a um estado comatoso. Percebi que o nível de desinformação da sociedade acerca dos diabetes continua a ser tremendo - não, uma pessoa não é diabética porque quer! E, sobretudo, diverti-me imenso!
Foram 10 kms de um percurso circular com início e fim na real fábrica de gelo, passando pelo cume da serra (o que não está ocupado pelo radar, mas sim por uma ermida), descendo pela encosta Sudoeste por um vale e voltá-lo a subir para cruzar a estrada perto da cache ("Heaven's Windmill" - aliás, passei por 'n' sítios com caches), cruzando-nos a toda a hora com vestígios (pegadas) de javalis, atravessando uma espectacular zona de vegetação autóctone, descendo por um outro vale até à face Norte, procurando o 'Bungee', o cão que levávamos e que, a meio caminho, decidiu que éramos demasiado lentos para ele (foi assustador, pensávamos mesmo que o animal se tinha perdido... e ele pensou o mesmo porque, quando nos viu, parecia que tinha asas), enfrentando a chuva constante e gelada (afinal, estávamos no famoso sistema montanhoso Montejunto-Estrela) quando decidimos subir a face Norte por um caminho pequeno e íngreme que passava pela base da Penha do Meio-Dia, passando pelo bosque de castanheiros da área central, chegando novamente ao nosso ponto de partida. E sempre em muito boa companhia. Espectáculo!