As crónicas do Lynx

Uma colecção de pequenas crónicas dedicadas a uma grande paixão de sempre: Viver essa maravilhosa aventura que é o dia-a-dia!

domingo, setembro 30, 2007

National Geographic Adventure


A minha revista preferida! Absolutamente impossível de encontrar em Portugal (sim, já teve um primeiro número experimental em português há uns anos, mas depois nunca seguiu para a frente), é das primeiras coisas que procuro quando chego a um aeroporto. A edição norte-americana da National Geographic Adventure!

Antes de mais, porque, assim que pego num exemplar, começo logo a ouvir na minha cabeça o genérico do programa com o mesmo nome que, há já mesmo muitos anos atrás, passava na RTP1 (mesmo muitos anos atrás, ok?) – uma música com uma mistura de epicidade e acção que automaticamente me faz viver qualquer coisa de épico. Depois, a excelência dos temas escolhidos, uma mistura de aventura outdoor, nos grandes espaços, nas montanhas, em grutas, lagos, mares ou rios, em cidades,em qualquer recanto do planeta, com uma profunda consciencialização do Mundo em que vivemos (a cultura dos habitantes, a unicidade da flora e da fauna, o alerta para os problemas ambientais), tudo escrito pela excelência de quem tem um grande background académico (e que, para além de perceber dos temas que escreve, o faz maravilhosamente) e adora viver aquelas experiências. E, por último, para além das memórias, dos temas, da forma de escrever, pelas magníficas fotografias de tirar a respiração que deparamos ao folhear cada página. Eu disse por último? Enganei-me, é que, tudo isto somado, dá origem a ainda outro motivo. O inegualável sentimento de aventura, a imersão num Mundo mágico de aventura que tenho de cada vez que leio um artigo desta revista, ao mesmo tempo que me sinto parte de um extraordinário planeta chamado Terra!

Nesta edição, a extraordinária aventura de 3 italianos presos num campo de concentração africano na segunda guerra mundial, para escalarem o Monte Quénia (e depois voluntariamente voltarem para a mesma prisão…), num misto de fascínio pela montanha e necessidade de se sentirem vivos, uma reportagem sobre as Montanhas Rochosas canadianas, outra sobre o mundo outdoor que se esconde à volta de Las Vegas (sim, essa mesmo, a do Csi e dos casinos!) e um magnífico relato / alerta sobre o Refúgio de Vida Selvagem do Nordeste do Alasca, exultante de vida, mas ameaçado pela exploração petrolífera. Magnífico!

sábado, setembro 29, 2007

Correr em Praga... ou talvez não...


Uma das coisas que mais gosto de fazer é correr de manhã cedo numa cidade que não conheço. É uma oportunidade de entrar em simbiose com as pessoas que cruzam as ruas, conhecer a cidade como as pessoas que nela vivem a conhecem, ouvir os sons matinais que ouvem e produzem, sentir os cheiros, sentir a cidade. É um ritual especial, que me dá um prazer único.

Estava preparadíssimo para o fazer nos últimos dias que passei em trabalho em Praga. Tinha posto os ténis de corrida na mala, o GPS (óptimo para saber quantos quilometros fiz e nunca se sabe quando é que uma cache aparece no caminho), t-shirts, ia para uma cidade linda e quando cheguei ao hotel (bem central e absolutamente excelente) ainda tive a excelente surpresa de ver um guia de jogging (‘jogging map’) com 3 percursos para correr pela cidade! E a péssima de perceber que me tinha esquecido de colocar os calções na mala… Fica para a próxima
!

Um dia jóias, outro dia o luar…

Pois é… Apenas uma semana depois de ter ganho (em OPT3) o fim-de-semana de provas na Nazaré, eis que, na prova de ori-BTT de Monsaraz fico em… último!

Depois de ter acordado brutalmente cedo (para um Domingo, e para quem a orientação não é mais do que um hobby), encaminhei-me para um dos meus locais preferidos de Portugal – a planície a Sul de Évora, com a crista de Monsaraz a emergir bem visível, ao fundo. Já não pegava na bicicleta desde a tentativa à Senhora da Graça, no início de Agosto, mas confesso que me sentia em boa forma quando peguei na bicicleta e me encaminhei para as Partidas –e arranquei. O percurso prometia um mínimo de 18 kms mas… primeira desilusão ao olhar para o mapa – o percurso era facílimo! Era linear, como ir de um para outro ponto, apenas parecia haver uma escolha ou outra escolha no percurso – não parecia uma prova de orientação, mas sim uma corrida de velocidade e resistência!

Foi o que fui confirmando ao longo da prova. Uma prova super-rápida, na planície, por entre campos latifundiários, com caminhos de piso bem cuidado (poucos caminhos de cabras, eram mais de jipes), com muito pouca oportunidade para a orientação fazer a diferença. Não fiz um único erro, mas durante toda a prova senti que me faltava velocidade de ponta – e faltava mesmo! Naquelas grandes rectas, eu bem que via o pessoal lá atrás, e depois a ultrapassar-me antes da recta acabar.

Mas, claro que valeu a pena! O prazer de cruzar a grande planície de bicicleta, a velocidade (menos no meu caso…) nos estradões, subitamente entrecortados por um oued, absolutamente seco ou com água pela pedaleira da bicicleta que era preciso atravessar, o encontro com pastores e os seus rebanhos e cães (altura para andar mais devagarinho, não fosse algum deles chatear-se… - cruzei-me com um que, meus amigos, tenho a certeza que era o cão dos Baskerville, um rafeiro enorme e lanudo, maior do que as ovelhas que guardava!), a sensação de me orientar num grande espaço!

Posso não ter ganho, mas não é para isso que faço as provas – é por aquela sensação de prazer inagualável de liberda
de e aventura!

quarta-feira, setembro 19, 2007

Síndrome do afogamento


Todos os nadadores-salvadores sabem que socorrer um afogado não é exactamente como nas ‘Marés Vivas’ – para já, nem todos os que necessitam de socorro têm medidas de modelo, e, depois, é algo bem mais violento. É que, no desespero de se salvar, a vítima tem sempre a tendência (instintiva) de se agarrar de qualquer forma a quem o vai socorrer – o que pode ser um desastre para ambos. Por isso, é muito vulgar os nadadores-salvadores começarem a aproximação à vítima com... um valente murro!!! E foi exactamente isso que me apeteceu fazer na prova de orientação de Domingo!


Eu explico! Prova de Domingo, na Nazaré, uma prova de ‘sprint’ (????) com 5,5 kms e 195 metros de desnível, realizada no meio de um pinhal, plantado em areia, e cheio de desníveis – mas ligeiros, que não permitiam uma leitura muito milimétrica a quem não fosse um cromo completo (como eu não sou!). Isto significa que me enganei bastante no Sábado e que também cometi uns erros bem interessantes na prova de Domingo... Um deles foi por um motivo absolutamente caricato.


Apesar de tudo, eu já faço orientação há algum tempo. O que significa que até não sou mau de todo a orientar-me (não estou ao nível de um cromo completo da Elite, mas safo-me...). E, como estou a correr em opens e não para o primeiro lugar do campeonato nacional (porque será...), se encontro alguém muito perdido, não tenho grandes problemas em perder 20 segundos e ajudá-lo a perceber onde está (já fizeram isso por mim no início, e ninguém me diz que, no futuro, não venha a precisar de ajuda...) – agora, o que aconteceu no Domingo foi inaudito! Estou a caminho de um dos últimos pontos, a correr, quando, vejo um senhor com mais de 50 anos a perguntar-me esbaforido se sabia onde estava – paro ao lado dele e vou ajudá-lo quando... o homem me arranca o mapa da mão e me pergunta onde é que eu estou ! Só me apeteceu bater-lhe! É que, assim, quem ficou desorientado, no meio da pressão para continuar a prova e ver se ainda fazia um tempo razoável... fui eu! É que, a partir do momento em que te tiram o mapa da mão, perdes todas as referências, deixas de saber onde estás! Resultado: acabei por indicar ao homem uma localização errada (deve ter ficado ainda mais perdido), perdi-me eu também (perdi o azimute e fui a correr para o lado errado – verídico!!!) e só me apercebi quando dei conta que o terreno estava mesmo muito errado em relação ao mapa e fiquei de tal forma fulo que perdi a concentração para o ponto seguinte e passei ao lado dele...


E, por isso, no meio disto tudo (e de não ter dado nenhum murro ao homem!), foi uma absoluta surpresa quando fui consultar os resultados ontem e... verifiquei que ganhei o somatório das provas do fim de semana (com uma vitória destacada no percurso de Domingo!)!!! Parece que, aquilo que me correu mal a mim, correu ainda pior aos outros... (o mapa era mesmo tramado!)

terça-feira, setembro 11, 2007

Colas

Há uma manobra que me irrita solenemente na orientação - a 'cola'!

Eu explico. Na orientação, temos que atingir (e 'picar') uma série de pontos, por uma determinada ordem - pontos esses que temos que descobrir com a ajuda de um mapa e de uma bússola. No entanto, há uma outra forma muito mais 'simples' de atingir esses pontos. Se, porventura, apanharmos alguém que tenha o mesmo percurso que nós, e se percebermos que ele até é um cromo a orientar-se (e se tivermos uma forma física superior), podemos sempre optar por... ignorarmos o mapa e a bússola e simplesmente irmos atrás do outro tipo... Claro que pode correr mal (o outro pode perder-se), mas, é um risco que se corre - e a 'preguiça' paga-se, certo? E se não formos assim tão bons em orientarmo-nos, se calhar, o risco até nem é assim tão grande! E garantimos sempre que ficamos à frente do outro tipo (se ele partiu antes de nós, claro)...

Foi assim que, na prova deste Sábado, após ter feito um erro grande que me levou a perder 4 minutos (passei ao lado de um ponto sem o ter visto no meio do arvoredo e fiquei à procura dele do lado errado...), fiquei com 2 tipos colados a mim na parte mais técnica do percurso (chamem-lhes parvos!!!), sem ter conseguido libertar-me deles (é sempre mais difícil a quem vai à frente conseguir distanciar-se, porque vai ter que 'afinar' sózinho a aproximação final ao ponto, enquanto que o 'cola' pode logo perceber para onde tem que ir)! Ainda tentei com um arranque fulgurante numa aproximação a um ponto - mas foi um esforço inglório... Eles ainda lá ficaram...

Acabei por ficar em quarto, atrás dos 2 'colas'...

sábado, setembro 08, 2007

Começou a temporada de ori!!

Depois de 2 meses de interregno, a nova temporada de orientação começou hoje!! Confesso que estava cheio de 'fome' de orientação, de voltar a andar perdido no meio do mato, com uma bússola numa mão e o mapa na outra!

A prova de hoje na Aldeia do Meco foi excelente para saciar esse apetite! Um terreno misto de areia e floresta, com uma rede de caminhos bem considerável. Acabou por não ser difícil (cerca de dois terços dos pontos estavam em caminhos ou próximo e só os restantes é que foram feitos com azimutes 'puros'), mas, mesmo que não tenha tido uma boa classificação, valeu pelo gosto que me deu!

Venham as próximas!!! (na realidade, é já amanhã...)

domingo, setembro 02, 2007

O desaire de Dubrovnik

As férias de Verão, este ano, foram na Croácia. Apenas uma semaninha (de 18 a 26 de Agosto) é certo, mas que me souberam pela Vida!

Claro que o geocaching foi incluído no programa. Com alguma dificuldade, porque, apesar do potencial absolutamente brutal do país (é lindo!), as caches não abundam na Dalmácia (a região onde estive primordialmente), mas, apesar de tudo, ainda levei algumas coordenadas no meu GPS. A maioria delas, no entanto, revelou-se um pouco distante do nosso trajecto e, como tal, acabou por ficar de lado. A única excepção foi Dubrovnik.

Dubrovnik é uma antiga cidade-estado do Adriático, actualmente um enclave da Croácia, encaixado no territória da Bósnia-Herzegovina e da Sérvia-Montenegro - e é fabulosa! E, no meio daquelas muralhas do século XVI, impressionantes pela força que transmitem, juntando-se às ruas, palácios e casas da cidade como se fossem uma só, estavam duas caches bem antigas, de um tempo em que estas caches eram permitidas - 2 virtual!

As 'virtual' são caches que, como o nome indica, não estão lá fisicamente. Para as logar, o visitante tem que tirar uma fotografia, apontar uma frase, que faça qualquer coisa indicada na página da cache que, efectivamente, prove ao owner que esteve lá. E, só depois, com autorização dele, logar a cache.

E é daí que vem o "desaire de Dubrovnik" é que, depois de ter feito uma das caches tirando a fotografia da praxe e anotando a data na torre do relógio, na praça central, enquanto que os meus amigos esperavam pelas nossas bebidas na esplanada em frente, e ter feito a outra levantando-me às 7 da manhã, para ir para a entrada do porto antigo e anotar as frases escritas numa rosa dos ventos... quando cheguei a Lisboa e, sem me aperceber, deitei para o lixo o papel onde tinha anotado tudo!!!!

Enfim, lá seguiram para os owners umas descrições e fotos dos locais, mas estou pessimista que eles me dêem autorização para logar - mas, valeu, como sempre no geocaching, pelo magnífico local onde cachei!