As crónicas do Lynx

Uma colecção de pequenas crónicas dedicadas a uma grande paixão de sempre: Viver essa maravilhosa aventura que é o dia-a-dia!

sábado, maio 31, 2008

Tempestade numa tenda

A chuva caia sem cessar sobre a lona estendida, e o vento soprava violentamente, enfunando o pano.
Para mim, menino da 'cidade', acampar é, por si, uma aventura. Só o fiz 3 vezes (reparem, vou voltar a utilizar a expressão 'menino'), uma na Costa Vicentina e duas no parque de campismo do Pião, na Serra da Estrela. Estas 2 últimas, com uma tenda '2 seconds' - vale a pena o comodismo!

Mas, a experiência de, durante uns dias, viver num espaço exíguo com um máximo de um metro de altura por dois de comprimento é espectacular. Os rituais de ir tomar banho 'gelado' com a toalhinha num ombro, a roupa no outro e o necessaire na mão, ou, de noite, falar com as pessoas e fazer tudo com um frontal ligado e apontado para a frente, são incontornáveis! Assim como a solidariedade que se estabelece num acampamento - toda a gente está lá para a toda a gente, quer seja a emprestar um maço para montar uma tenda, ajudar a desmontá-la, partilhar um prato de sopa ou uma talha de melão, ou qualquer outra coisa. É uma sensação comunitária espectacular!
E, claro, há a mística de dormir praticamente ao relento, numa 'frágil' estrutura de lona e estacas, que, no entanto, suportam tão bem as adversidades climatéricas, como comprovámos neste acampamento. Na primeira noite, as chuvadas foram uma constante, e de uma violência brutal, acompanhadas de rajadas que nos recordavam que sim, estávamos a cerca de 850 metros de altitude. Todas as estruturas aguentaram bem (felizmente, estava a ver que tinha que vir cá para fora com o meu pijama dos patinhos...), mas não preguei olho a noite toda com o barulho e o sobressalto de 'quando é que voa uma tenda'!

domingo, maio 25, 2008

Acabei de chegar da Serra da Estrela e...

... o Cântaro coontinua atravessado!

quarta-feira, maio 21, 2008

Perspectivas para o Cântaro Gordo

- céu nublado;
- chuva;
- possibilidades de neve;

Será que é desta que conseguimos fazer o Cântaro Gordo? As perspectivas para a tentativa no Sábado não são famosas...

domingo, maio 18, 2008

Terry Fox

Há uma corrida que eu, ‘religiosamente’, não falho, ano após ano. Todos os anos, em meados de Maio, participo na Terry Fox. É uma forma de contribuir para a investigação sobre o cancro. Mas é também uma forma de homenagear todas as pessoas que ‘correm’ contra uma doença terrível e mortífera, pessoas, normalíssimas, como eu, que conseguem arranjar forças para combater o choque da notícia, os olhares de “coitadinho, já viste bem o que lhe aconteceu?”, os tratamentos dolorosos (que passam fundamentalmente por matar o nosso próprio corpo), a evolução da doença. É por eles, pela admiração profunda que tenho por eles (os que conheço e os anónimos que nunca vi nem chegarei a saber o nome), que, todos os anos, compro a minha t-shirt e corro os meus 5 quilómetros na Expo. Porque me junto à corrida deles.

quarta-feira, maio 14, 2008

O Castelo de Giraldo, o Sem-Pavor

Nobre aventureiro ou simples mercenário, o que é certo é que Giraldo, o Sem-Pavor, é uma figura incontornável na história do Sul de Portugal, no reinado de Dom Afonso Henriques. Basta lembrar que foi ele que conquistou Évora e uma série de outras praças alentejanas aos mouros, bem como foi uma das principais figuras da tentativa falhada de conquista de Badajoz aos castelhanos – desastre em que terá perdido o grosso das suas tropas e, por conseguinte, das suas terras.

A sua base de operações ou o seu refúgio terá sido num dos esporões da Serra de Monfurado, a cerca de 350 metros de altitude. Já sabia da sua existência (via geocaching) mas, confesso que não estava à espera de tropeçar numa placa a indicar a sua existência (e direcção a tomar na estrada) a caminho de uma prova de orientação em Valverde, ao pé de Évora, no último Sábado. Confesso que tinha imaginado que fosse algo de que só meia dúzia de gatos pingados conhecesse, mas não… tem direito a placa na estrada, ombreando com os restantes monumentos megalíticos da (ríquissima!) área. Claro que, no Domingo, em que me desloquei para a mesma região, já levava as coordenadas no gps e uma descrição do local, para partir à sua descoberta!

Acabei por descobrir uma serra de baixa montanha, coberta por um espesso eucaliptal, mas apinhada de monumentos megalíticos (cromeleques, menires, antas, castros como eu depois percebi que o Castelo do Giraldo era), cruzada por bons caminhos de terra batida, a apelarem claramente a um bom passeio de bicicleta, a pé… ou de cavalo (como cheguei a ver)! O Castelo do Giraldo não é mais que um castro fortificado, que depois foi reaproveitado na Idade Média, com uma localização defensiva privilegiada (está mesmo no topo do monte!), com um anel de muralhas a toda a volta e uma vista absolutamente inacreditável sobre as planícies a oriente – seria impossível alguém se aproximar por aquele lado sem que fosse avistado a quilómetros de distância! Acabei por descobrir uma pequena pérola (apesar de, sejamos sinceros, do castelo em si já pouco há), que quero descobrir de bicicleta, com mais tempo e calma!

domingo, maio 11, 2008

Uma nova forma de fazer orientação

Nas últimas semanas, tenho procurado melhorar a forma como faço orientação. Tinha sentido que, a maneira como fazia, se por vezes me permitia bons resultados, era uma roleta russa quando chegava a terrenos mais técnicos, com mais obstáculos e menos pontos óbvios de referência. Nesses terrenos, quando eu começava a azimutar, estava a acabar muitas vezes por atravessar montes a direito, extremamente cansativos, e a tornar-me muito lento, porque estava sempre a verificar constantemente a bússola, com paragens frequentes. Decidi que, se queria evoluir, tinha que dar um grande salto em frente e começar a navegar de uma forma diferente.

O ponto de viragem foi o fim-de-semana de 25 de Abril, em que tive a oportunidade de, num dos dias, me juntar ao estágio do CPOC (o meu clube de orientação). Queria, com calma e sem pressão, começar a ler o mapa de uma forma diferente, que não se resumisse a caminhos e bússolas. Nesse dia, aprendi a orientar-me tomando como referência exclusiva o relevo, sabendo utilizá-lo como pontos de navegação e, sobretudo, de ‘estradas’ para os pontos, como atacar pontos com relevo (devem ser atacados primordialmente por cima, devido ao melhor campo de visão), como orientar-nos por outros pontos de referência e confiar mais neles do que na bússola (o que implica uma menor perda de tempo), como é importante estarmos a pensar com 2 ou 3 pontos de avanço, escolhendo o ângulo de saída de um ponto à priori para poupar tempo, como devemos parar 5 segundos se necessário numa pernada grande para escolhermos bem o caminho (para esse ponto e seguintes) e nos permitir ganhar tempo, como devemos dosear o esforço consoante o tipo de pernada que temos pela frente.

Nas últimas semanas, navegar assim tem sido fabuloso. Vou a seguir o mapa a metro sem perder tempo, enquanto consigo dar o máximo nos pontos-chave e ser bem mais rápido do que era. Claro que esta adaptação está a custar um pouco – ontem estava a ser tão rápido, que o combustível não durou a prova toda e quebrei a sério na subida do antepenúltimo ponto! Mas acho que estou a tornar-me um melhor ‘orientista’. A ver vamos!