As crónicas do Lynx

Uma colecção de pequenas crónicas dedicadas a uma grande paixão de sempre: Viver essa maravilhosa aventura que é o dia-a-dia!

sexta-feira, março 25, 2011

"Fome" de Glaciares



"E aquela montanha atrás da outra, toda branca, tem 5450 metros de altitude. Tem um glaciar, é por isso que a neve não derrete durante o Verão. De Santiago vai-se até La Parva, às estâncias de ski, e depois são 2 dias para ir e voltar." Pronto! Era tudo o que a minha imaginação precisava! Ali, encafuado num escritório em Santiago, a olhar pela janela com um tipo muito porreiro (um chileno aí com 45 anos, que estudou e jogou raguebi na Holanda e fez interrail pela Europa e Médio Oriente em 89 / 90 - apanhando a festa da Queda do Muro, em Berlim), o meu fascinio pelos Andes e a minha vontade de ir ter com um glaciar (esses gigantescos rios de gelo, ameaçados e em recessão em todo o Mundo) subiu para um nível quase incontível!



Ainda estive horas a ver que glaciar podia visitar no Sábado, a partir de Santiago. O melhor seria o Glaciar São Francisco, em El Morado - duas horas de carro, mas 2 horas de caminhada a 2400 metros de altitude em bom terreno e estaria junto de um gigante, que termina numa pequena lagoa, e que tem duas caches por descobrir desde 2008. Mas, as aulas do MBA a terminarem às 10h30 e um exame para entregar até às 20h de Sábado arruinaram o sonho. Vai ter que ficar para a próxima - mas, quase que dói esta vontade de conhecer de perto todos os glaciares que possa...


Nota:


- Fotografia de um glaciar anónimo, nos Andes, tirada durante o vôo São Paulo - Santiago, tirada com um telemóvel


- Fotografia do Glaciar São Francisco, em El Morado do site http://www.panoramio.com/

terça-feira, março 22, 2011

De novo em Santiago

Santiago aproveitou bem o seu espaço. Nalguns aspectos, nota-se que pensou mais nas pessoas que nos carros - o que faz todo o sentido, mas, por vezes, e não só na América Latina, parece ser uma mensagem difícil de perceber. Um exemplo: nas avenidas largas que cruzam a cidade, foram roubadas 3 ou 5 faixas de rodagem, para fazer parques, com relva, árvores, estátuas e, sobretudo, largos trilhos pedestres, que as pessoas podem disfrutar caminhando, namorando nos bancos que por lá estão espalhados ou, lá está, correndo ou andando de bicicleta. Tudo com semáforos para ajudar a atravessar os cruzamentos e um cheirinho a organização com que alguns países da União Europeia (e não estou só a falar de Portugal) poderiam aprender...

E sim! Deu-me muito prazer estes quatros quilómetros corridos a 12 km/h ao fim de tarde!

segunda-feira, março 21, 2011

Nascer do Sol num lago da Patagónia


Nascer do Sol na Laguna de los Tres, na Patagónia Argentina, por Flávio Varricchio, no Summitpost.org - http://www.summitpost.org/sunrise-in-laguna-de-los-tres/705003 .

sábado, março 19, 2011

Jardim da Estrela em noite de lua cheia

A noite estava fria. E tranquila. Uma grande lua redonda assomava por entre as árvores num céu límpido, lançando reflexos de prata sobre o jardim deserto. Não se ouvia um som, só a luz mortiça dos candeeiros ladeando os caminhos desenhados por entre as árvores e canteiros. A basílica iluminada a marfim perfilava-se a poucas centenas de metros, uma presença branca e imponente. E, por entre o arvoredo, sob um ou outro candeeiro, eu vi-as, quais fantasmas brancos emergindo da escuridão - as estátuas estavam sempre lá.

Cheiro. O meu nariz captou o cheiro primeiro. Não devia estar demasiado longe. Não soprava uma aragem que o pudesse trazer. Tinha que estar perto. Esperei então. E a confirmação chegou pelo som de leves passos lestos. Um homem. A caminhar furtivamente por entre o jardim - mas não tão furtivamente quanto eu consigo. A olhar para a fraca luz irradiada pelo ecran do telemóvel que trazia - ele não saberia que uma distracção pode ser fatal? Ele confiava demasiado nos seus olhos - e os seus olhos estavam distraídos a mirar o ecran e a perscrutar o jardim. Apenas os seus olhos - porque é que os humanos não confiam mais nos outros sentidos, no cheiro que consegue ver para além das paredes, no som que o ar nos traz até aos nossos ouvidos? Mas os olhos dele viram algo - apenas não a minha aproximação. Baixou-se, parecia contente, um sorriso esboçava-se na sua cara, ao agarrar uma caixinha - e eu, no desértico ar parado da noite branca, saltei!

A noite estava fria! E tranquila! E, no seu silêncio, soltei o meu uivo, à lua grande e redonda no céu límpido, que, lançando reflexos de prata sobre o jardim deserto, iluminava o humano caido a meus pés, telemóvel esquisito abandonado a um lado. E uivei de novo, à lua que todos os 28 dias me transforma neste animal sedento e feliz por caçar e ser algo mais que humano. E as estátuas, silenciosas testemunhas cúmplices, como todas as noites em que para aqui venho, presenciavam a cena num cruel assentimento mudo.

terça-feira, março 15, 2011

Quando o Sol se vai embora da Europa...

..., despede-se no mais belo país que se possa imaginar.



Uma extraordinária galeria da National Geographic:



http://travel.nationalgeographic.com/travel/countries/your-portugal-photos/#/storm-night-portugal_31300_600x450.jpg

Pro-Tugal

Um óptimo exemplo de como a orientação em Portugal é vista lá fora - o comentário é de um dos melhores atletas do Mundo!

segunda-feira, março 14, 2011

Lusco-fusco no Tamariz


Tirada ontem ao cair da noite. A aproveitar os 5 / 7 minutos.

quarta-feira, março 09, 2011

Pôr do Sol no Vale de Susa


Por Edomar2611 no summitpost.org.

Peixes

Parei. Olhei para o largo, percorrendo com os olhos o empedrado. Deserto. Não estava ali ninguém, naquele entardecer de inverno. Olhei para baixo. O meu GPS. A setinha era clara. Inequívoca. Indicava, sem o mais pequeno pingo de dúvida, onde estava a cache. Era bom poder confiar daquela maneira em algo. Ele nunca o enganava. Um dos grandes feitos da Humanidade, pensei!

Percorri com o olhar o caminho que o GPS me indicava. Um lago. Grande. Com um caminho de pedras. Grandes. A atravessarem o lago. Coloquei um pé à frente do outro e, assim, iniciei a caminhada que me levaria até à cache. O lago tinha água. Escura. Mal se via o que se passava abaixo da superfície. Mas, aqui e ali, dava para distinguir alguns peixes. Cor de laranja. De lago. Que seres idiotas, pensei, sempre a andarem de um lado para o outro nas mesmas águas. Devem pensar que a sua Vida é o máximo. Mas não fazem mais do que estar aqui. Enfim...

A cache não foi difícil de descobrir. Uma micro. Que estranho. O chão estava molhado ali. Apesar do dia de Sol. Acontece. Chlap! O som de uma onda veio até mim, vinda do lago - isso não faz sentido! Um laguinho deste tamanho não pode formar ondas com tamanho para um som destes. E, realmente, olhando, já não se via onda. Paciência. Uma pedra, um ramo, pode acontecer. Virei-me outra vez para a cache. Dediquei-lhe a minha atenção. Agarrei o logbook. Uma escama. Laranja. Aqui? Que giro! Tão fora de água? Será que o último geocacher que aqui esteve almoçou peixe assado? Do lago? Um daqueles peixes irrelevantes e idiotas? E que aposto que sabem mal? Que parvoíce! Mas, interessante, é grande, esta escama - tem o tamanho, para aí, de quinze escamas normais. Se calhar, não é uma escama. Não interessa! Agarrei no lápis para o lo...

Chlap! Ouvi o som da onda de novo. Desta vez, senti a água a bater na sola do meu sapato e os pés molhados. Senti uma corrente fria a percorrer-me as costas. Tremi, com o suor gelado que me trespassou. Porque soube que algo estava errado. Porque num instante vi o Mundo a girar ao contrário. Virei-me. Para ver aqueles grandes olhos a olharem para mim, à frente de um enorme corpo de peixe escamado de laranja, atrás de uma boca enorme de dentes afiados. Uma boca enorme aberta. A saltar para mim. E aqueles olhos diziam que sim, ele estava certo. A cache tinha sido um bom isco. Eu ia ser a pesca do dia...

segunda-feira, março 07, 2011

Correr em todo-o-terreno

Quem disse que e preciso ter os abdominais laterais em condições para correr bem em todo-o-terreno, acertou na mouche. Depois de meses de corridas de estrada, ginásio, ténis e snowboard, adivinhem o que me doeu durante a prova? Fiquei todo moído... Novo treino em perspectiva...

quinta-feira, março 03, 2011

Umas noções sobre glaciares

Um artigo do Summitpost sobre glaciares, que vale claramente ler - http://www.summitpost.org/glaciers/700719 . É impossível não gostar destes gigantescos rios de gelo, ameaçados pelo aquecimento global.

quarta-feira, março 02, 2011

De volta à Gandarinha

Olhei para o mapa e sorri. Dizia 2003, e era da altura em que o CPOC ainda era o Clube da Costa do Estoril!

Esta tarde, resolvi fazer um pequeno treino de orientação em sprint. Para isso, nada melhor que escolher um percurso perto de casa, de que tivesse o mapa. O Parque da Gandarinha foi o escolhido! Um percurso curto de 1,6kms, mas muito condensado num parque pequeno, com 28 pontos, desenhado para a prova de 2003 a que fui.

Foi um prazer correr de novo, de um lado para o outro, naquele mapa! Um bom treino para o fim-de-semana, em que há POM...

34

E já sou 34! Mas, confesso, continuo muito satisfeito comigo - apesar de não ter sido um ano cheio de aventuras físicas. No entanto:
- enchi os meus olhos de novos lugares. Fui a Nova York, São Paulo, Buenos Aires, Santiago do Chile, Colónia de Sacramento (Uruguai), Lima, Machu Picchu, Acapulco, Bogotá e Cartagena. Adicionei muitas bandeirinhas ao meu mapa, que vai ficando mais e mais cheio, mas, sobretudo, guardei novas imagens, sons, contactos com pessoas distantes e experiências. Foi um bom ano!
- fiz snowboard no Verão, o que foi uma experiência única que não sei quando voltarei a poder repetir;
- apesar de estar sempre enfiado num escritório, num hotel ou a ter aulas, consegui continuar a fazer exercício físico regularmente e estou em boa forma;
- voltei a ter aulas de ténis, redescobrindo uma das minhas paixões antigas;
- tive umas férias de verão bem activas, com bouldering, canoagem, ténis, surf, caminhadas,...
- consegui resistir ao vício do conforto. Continuo a pensar primeiro nos lugares, pessoas e experiências que tenho, antes de pensar no conforto em que vou dormir ou estar.

Agora, para este ano, quero:
- fazer um trek mínimo de dois dias, em autonomia;
- fazer um trek na neve;
- fazer um mínimo de 15 provas de orientação, para não perder a prática;
- continuar a evoluir no snowboard;
- voltar a escalar.

Acham que estou a ser muito ambicioso, por estar a querer combinar tudo isto com um MBA e um trabalho que me obriga a viajar de 60% do meu tempo?