Cascais Trail Experience

Um trail em Cascais? Demasiado próximo para não me inscrever. E fazer!!!

Passei uns dias ainda a tentar perceber como, sendo a partida no Mercado da Vila, mesmo no centro de Cascais, o percurso se iria depois desenrolar na direcção de Sintra. Na hora da partida, correndo atrás de quem ia mais rápido do que eu, a dúvida desvanesceu-se e descobri o trilho da Ribeira das Vinhas, em piso duro, que, seguindo o percurso da ribeira, nos leva do centro de Cascais ao interior do concelho, à zona mais rural. É um trilho rápido e que sobe apenas ligeiramente, por um vale cada vez mais cavado, enquanto serpenteia ora para um lado, ora para o outro, da ribeira. Mas, de início, fácil e a dar gozo.

Rapidamente saímos do trilho e passámos para um outro, bem mais rural, bem menos arranjado, de progressão mais lenta, por entre árvores na margem do rio, a passar pelo flanco de uma vedação, ou por casebres antigos e abandonados junto ao ribeiro. Era um percurso de sobes e desces, que se faziam bem, dada a frescura física - e isto apesar de estarmos constantemente a subir, à medida que progredíamos para o interior do conselho. De referir que, ao longo de todo o percurso, existiam voluntários que nos indicavam o caminho a seguir nos cruzamentos - um luxo para uma corrida de trail!

Depois de passarmos por baixo da A5, o percurso mudou. Passámos a seguir um estradão barrento de terra batida, largo, de progressão mais fácil - não fosse o súbtil aumento do gradiente. Pouco depois, um gancho apertado à esquerda e a primeira grande subida (que iria fazer duas vezes), daquelas de fazer a caminhar, e tentar não dispender muita energia. Passámos realmente de cota nesta transição, e deparámo-nos com um planalto repleto de arbustos, com um trilho pedregoso, de calcário, um pouco lixiviado, um piso duro para quem levava sapatos de trail como eu (e acho que ainda pior para quem levasse uma sola mais mole). Foram vários quilómetros (8, 9?) neste tipo de percurso, sem nenhuma beleza natural, no planalto de Alcabideche, por detrás do hospital e a caminho da Malveira, cruzando-nos com poucas pessoas (um louco aqui, ali um casal a passear o cão). Confesso que não gostei.

Esta parte (chata) acabou com uma descida grande (óbvio), para nos levar ao percurso inicial mas em sentido inverso, e percorrer os meus 18Ks. Uma descida no tal piso de calcário rochoso, saltando sempre, a tentar sempre colocar os pés no lugar certo e evitar uma queda (que iria fazer um grande ai-dói-dói), sem perder muito tempo. Quando cheguei cá abaixo, estava cansado, e confesso que o trilho da Ribeira das Vinhas pareceu-me bem mais duro e difícil que inicialmente. Chama-se cansaço!

Confesso! Não gostei do percurso. Não o achei bonito, desafiante ou entusiasmante. Pareceu-me ser uma solução para quem queira fazer um primeiro trail e seja de Cascais - o lugar da partida é muito conveniente. Mas isso tem um trade-off claro, limita as opções do percurso, que depois se torna chato. Acho que, em 2020, não vou fazer esta prova.

Cascais City Race

5 de Outubro. Sábado. Feriado. E um óptimo dia para voltar à organização de uma prova de orientação.

O CPOC voltou a organizar uma prova em Cascais e claro que tive que dizer presente (apesar de ter saído de casa de bicicleta às 6h30 da manhã...). Na verdade, não foram uma - mas sim duas provas, uma de sprint de manhã, pelas ruas de Cascais, e outra à tarde, de City Race, mais longa e física. E que prazer que foi, encontrar velhos conhecidos e fazer novos, enquanto montávamos duas (excelentes, dizem...) provas. Confesso que já tinha saudades de montar uma zona de partidas e de participar na energia calma e concentrada de uma prova de orientação.

Agora, só falta voltar a participar numa!!! (entretanto, vou treinando com os mapas destas duas provas)