As crónicas do Lynx

Uma colecção de pequenas crónicas dedicadas a uma grande paixão de sempre: Viver essa maravilhosa aventura que é o dia-a-dia!

segunda-feira, abril 27, 2009

Isto talvez explique muita coisa...

http://well.blogs.nytimes.com/2008/10/20/mountain-climbing-bad-for-the-brain/

P.S- Os comentários são extraordinariamente construtivos e ricos.

Às vezes é importantes estar à partida

Este domingo aceitei o convite do Tiago e fui com ele correr a Maratona de Madrid. Seria a minha primeira maratona.


Não cheguei ao fim. Ao quilometro 28, depois de 22 quilómetros de avisos cada vez mais insistentes (sim, desde o km 6 que me doía) o meu joelho direito mandou-me encostar à boxe. Pelo meio já tinha parado de correr e tinha andado um par de quilómetros, para ver se a dor acalmava - não resultou! E, se cheguei onde cheguei, foi também porque tive a excelente companhia do Tiago durante 21 kms, ajudando-me a fazer a minha mais rápida meia-maratona de sempre (por uns segundos, mas, de qualquer modo...), apesar de estar já a claudicar no final.


E fica uma admiração enorme pela força de quem completa os 42.195 metros, a distância completa, digna de super-homens! E pelo excelente ambiente entre corredores, continuamente a animar-se e a puxar uns pelos outros numa solidariedade de milhares de pessoas, num percurso lindíssimo, sempre acompanhados por uma pequena multidão a aplaudir-nos, só para nos ver correr! Formidável! Posso não ter conseguido acabar, mas estou muito contente por ter aceite partir e correr nesta magnífica prova!

Dicas para a maratona

Preparados? Vamos ser sinceros - tem um valor relativo. Afinal, eu não acabei a prova deste fim-de-semana. Mas aprendi muito. Vejam em baixo:

- alimentação - comam alimentos ricos em energia e de fácil digestão. Afinal, vão queimar milhares de calorias na prova (há estimativas que apontam para 3000 calorias). Os mais recomendados costumam ser os ricos em hidrataos de carbono. Ou seja, encharquem-se de massas no dia anterior;

- vaselina - o quê? Parece ridículo para quem nunca correu grandes distâncias mas deixem-me dizer-vos que é dos principais auxiliares para o vosso bem-estar durante e após a corrida. A razão é simples - durante a prova vão dar milhares passadas (mesmo millhares!), que significa um aumento significativo da fricção em várias partes do vosso corpo. A vaselina é um produto extraordinariamente eficaz, extensivamente utilizado por todos os corredores para proteger a pele da abrasão. Assim, um conselho rápido. Untem-se (literalmente) de vaselina em pontos chave, nomeadamente nas virilhas (pelo sim, pelo não, façam-no até ao joelho) e mamilos (desculpem? Caríssimos, é normal ver corredores inexperientes a chegarem ao final da prova com os mamilos em sangue porque não se protegeram...).

- ténis - nunca novos. Tenham atenção ao peso e capacidade de absorção de impacto. Se puderem, percebam o vosso tipo de passada e escolham sapatos nessas condições;

- dia e noite anterior - poupem-se e descansem. Vão ter uma prova terrivelmente dura no dia seguinte. Nada de grandes caminhadas ou esforços físicos ou horas de pé em museus ou filas. Poupem-se! E durmam bem!

- roupa - calções curtos de corrida (para não prenderem a passada) e com 'cuecas' incluídas (por uma questão de peso). Se o tempo estiver razoável, não tenham problemas em levar um duvet (uma daquelas camisolas de corrida de alças, estilo wife-beater), vai ajudar-vos a controlar o calor. Se levarem uma t-shirt levem uma transpirável. Se estiver a chover, há quem também leve um saco de plástico do lixo vestido, para se proteger da chuva, pelo menos até à partida;

- não se esqueçam de ir à casa-de-banho antes da prova. Não sei por vocês, mas, a mim, dá-me uma terrível vontade de... de... enfim, durante a prova. E se, parar para uma mijazinha num arbusto durante a prova é algo visto como natural (acho que todos os atletas amadores o fazem), o resto é melhor não...

- barras energéticas - levem. Pelo menos uma para comer a meio do percurso quando vos começar a faltar forças. Ou podem levar uma banana. Não tenham problemas de comer qualquer coisa a meio da prova (mas algo de fácil absorção pelo organismo, ok??);

- início - a prova é longa. Muito. Não comecem a 'abrir'. Comecem com um ritmo em que se sintam confortáveis. Controlem o tempo e o ritmo em função das vossas expectativas - por exemplo, 6m20s por quilómetro, permitiria acabar em 4h30. Mas nunca comecem demasiado rápido - se forem lentos de início, vão ter muitos quilómetros pela frente para recuperar.

- parar - tenham cuidado com as paragens. Mesmo se continuarem a andar, vão ter dificuldades em recomeçar a correr. Não só porque abrandaram o vosso ritmo, mas também porque vão arrefecer os músculos e começar a sentir caibrãs. Se vão ter que o fazer, façam-no o mais próximo possível da meta (adiem a vossa paragem o mais possível!) e numa subida, seguida de uma descida em que possam voltar a ser estimulados a correr;

- o 'muro' - quem passa o 'muro' em boas condições normalmente acaba. O 'muro' é a distância entre os 28 e os 30 quilómetros. É uma barreira física e psicológica fenomenal. Quem a passa vê a meta cada vez mais próxima e já não vai ter 'coragem' para abandonar;

- desistência - uma maratona é uma prova muito longa. Se não se sentirem bem, não tenham problemas em desistir - haverá sempre uma próxima. Mas, um conselho - levem algum dinheiro convosco para vos tirar do local onde estejam - um euro para o metro ou dez para um táxi. É natural que o local onde desistam seja a quilometros da vossa casa, carro ou ponto de apoio...


Boa prova!!!

domingo, abril 26, 2009

Hidratos de carbono

A palavra de ordem em termos de alimentação? Hidratos de carbono! Provavelmente, devido ao seu apport de energia, fácil digestão e absorção e longevidade no organismo, acabam por ser os compostos ideais pré-maratona. Ou seja, um empaturranco de pasta!


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sábado, abril 25, 2009

Fronteira

Olho em frente, os meus olhos atravessam a planície, as poucas e esparsas árvores, um ou outro casinhoto, e depois param ali, no rio, no sítio que uma linha imaginária foi desenhada por alguém, separando gentes, derterminando que ali fala-se diferente daqui, a cultura e diferente, a vivência dos hábitos,até os preços e impostos. Tudo por uma linha desenhada por alguém num pedaco de papel a quilómetros de distância...



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quarta-feira, abril 22, 2009

Vésperas de shakedown

Amanhã, por esta hora, já terei percebido se sempre consigo correr este fim-de-semana, ou se a lesão no joelho esquerdo do passado Sábado sempre levou a melhor...

domingo, abril 19, 2009

Sinto o meu joelho a curar-se

Escalada, corrida de longa distância (acima de 10 kms), BTT, orientação, futeboladas (às vezes um pouco violentas) e lesiono-me... a jogar vólei! Foi ontem, num jogo treino com uma equipa mista do Banco de Portugal - a recuperar de uma estirada para uma bola, quando apoiei o peso sobre o meu (já velho conhecido) joelho esquerdo... bem que senti o ligamento exterior! A dor foi bem directa e real! E, apesar de ter ficado ontem de perna estendida e apoiada, o joelho doia-me sempre que me apoiava mais sobre o lado exterior.

Hoje, depois de quase 10 horas de sono (finalmente, há quanto tempo!!) sinto o joelho de uma forma diferente, como se o tivesse esforçado enormemente ontem e hoje ele estivesse a descansar. Juro, que quase o sinto a cicatrizar! O que é muito bom sinal para quem vai tentar correr a sua primeira maratona daqui a uma semana...

terça-feira, abril 14, 2009

Parade of Elephants, Utah

Retirado de Summitpost.com

domingo, abril 12, 2009

Volta mais rápida - 23m 42s

Normalmente, uma volta na casa dos 1m18s seria razoável com um fórmula um, mas, sejamos sinceros, eu ia a correr a pé!

Pois é, no Sábado, tive a oportunidade de ir correr para o Autódromo do Estoril. A Câmara de Cascais abre o circuito durante uma manhã por ano e, este ano, esse dia foi ontem. Por isso, e apesar de ter um convite para uma almoçarada fora do Estoril, consegui conjugar tudo e rumei para o Autódromo onde me esperava, para começar, um treino de orientação dentro do circuito, promovido pelo CPOC. Desta vez o treino foi um pouco diferente e, em lugar de ter um percurso já desenhado, deram-me o master e desenhei eu o meu percurso - bem giro! O mapa era fácil - a estrutura do autódromo foi desenhada para ser funcional e clara e, portanto, apesar de algumas incursões pelo meio do mato, de algumas trocas e baldrocas por causa das vedações entre o circuito e as bancadas, o que ficou mesmo foram os saltos por cima dos rails, a lentidão a cruzar a gravilha (uma pessoa enterra-se mesmo lá dentro! Agora compreendo como trava tão bem os carros!) e o primeiro contacto com o relevo do autódromo.

Depois, bem, depois foi tempo de me alinhar na linha de meta, ajustar o cronómetro e... partir! Partir para os 4 quilometros 386 metros do circuito! Fazer a recta da meta a descer, a ver os placards com a distância para a nova Curva Um a aproximarem-se, e depois constatar como deve ser difícil, super-apertada (nunca pensei que tivesse um traçado tão lento!) e a descer, ideal para provocar carâmbolas no arranque, depois continuar a descer para a Dois e a apertada Três (outro ponto de ultrapassagem para os Turismos, e onde o Lamy se 'espetou' no primeiro GP dele). Aí, começasse a subir - e percebi porque é que dizem que este é um "circuito natural", que aproveita o relevo existente! É que descesse e sobesse muito! Na subida para a VIP continuei a desviar-me de míriade de pessoas que ia a correr, a andar, a passear de patins em linha, a somar voltas de bicicleta, uns mais lentos, outros mais rápidos, outros parados na berma a aproveitarem o Sol para um piquenique, novos, mais velhos, crianças... Uma festa! A Curva VIP faz-se bem (sobretudo se se tiver potência para a subida) e depois entra-se na recta interior, com quase 1 quilometro, sempre a abrir, apesar daquela pequena curva lá no meio (que, em termos de condução, nem conta). E Parabólica Interior - bem fechadinha, e das poucas curvas a sério para a esquerda neste circuito, também ligeiramente a subir. Sentia que ia depressa (e ia), com um bom ritmo e, depois da subida, começa a descida para a Curva da Orelha - que gozo me deu fazer esta parte, em que me recordei de quando estive ali na bancada em frente, com o meu pai e o Pisco, a ver o Grande Prémio - 1988? Já nem me lembro!!! A seguir, a subida para a parte nova - a nova secção do Tanque. A curva antiga ainda ali está e dava para perceber que era uma que separava mesmo os pilotos - feita a fundo, em quarta, e bem cega. E, para lá chegar, uma subida mesmo muito acentuada!! Agora, virei à direita, fiz o gancho apertado e subi o saca-rabos, bem mais depressa do que pensaria dada a inclinação (mas, tinha potência debaixo do pé...), para fazer o "Esse" e entrar na curva mais mítica de todo o circuito... benvindo à Parabólica!! Percebo o fascínio desta curva, feita a acelerar, em apoio total, bem apertada e que vai abrindo suavemente, mas um desafio completo! E lembro-me do Jacques Villeneuve, a ultrapassar alguém por fora, nesta curva!!! Que gozo me deu fazê-la a correr e, no seu final, descobrir a extensão impressionante da Recta da Meta, com as boxes à direita e as luzes da partida lá ao fundo - 23m42s era o que dizia o meu relógio quando voltei a cruzá-las! :)

sexta-feira, abril 10, 2009

O dilema

É simples! Na Serra da Estrela, se as estradas estão abertas é porque não há neve, se há neve, ficam cortadas e ninguém consegue chegar à estância...

Fácil e lógico, claro!