As crónicas do Lynx

Uma colecção de pequenas crónicas dedicadas a uma grande paixão de sempre: Viver essa maravilhosa aventura que é o dia-a-dia!

sábado, dezembro 27, 2008

Dia chuvoso...

... e uma grande vontade de escalar! A solução ideal seria... o rocódromo! Só que, infelizmente, já não há... faliu... Resta-me ficar à espera de dias de Sol...

Boxing Day Montejunto Tour

Se há algo que domina a paisagem do interior do Oeste, é Montejunto. Chamar-lhe serra é um bocado descabido. No fundo, é um gigantesco único monte, que irrompe na paisagem, marcando-a profundamente. Foi aí que decidi que ia passar o dia 26 de Dezembro. Destino: 6 caches.

A primeira não o era para ser. Na realidade, enganei-me na saída da auto-estrada e, quando dei por mim, tinha que percorrer alguns quilometros por estradas que nunca tinha feito - o que, diga-se de passagem, é sempre um prazer raro! E, por isso, acabei por atacar a serra de Norte, passando por Pragança, e aproveitando para fazer a cache do seu castro, numa localização ímpar, encaixado no monte, com uma falésia tremenda a dar-lhe toda a protecção necessária de um lado, e a dominar a planície em baixo. Claro que a cache, depois de muita procura, estava exactamente no sítio onde tinha pousado a mochila da primeira vez...

Seguiu-se a "Conventos e Radares", no topo da serra (mesmo no alto dos seus 666 metros de altitude), com um tempo ventoso e bem frio, e a neblina do cume a não permitir uma visibilidade clara cá para baixo - com grande pena minha! E onde, apesar de largos minutos a saltitar de calcário em calcário, não consegui encontrar a cache - já é a segunda vez, acho que esta começa a ficar algo atravessada!

Seguiram-se duas caches com caminhadas fáceis, cerca de 800 metros para cada um dos lados, com algum relevo, mas com estradões largos até lá (sim, mas onde o carro não passava), e uma paisagem magnífica a acompanhar-me. Voltei a abrir o bastão e a usá-lo como bordão de caminhada, enquanto cruzava o verde dos campos e me deliciava com o Sol a bater-me na cara, e relembrei porque gosto tanto do geocaching, desta descoberta permanente de coisas novas no Mundo que me rodeia. Não foi difícil encontrar as caches (mentira! A da Tojeira ainda me deu algum trabalho), mas, mesmo que não o tivesse feito, já teria valido a pena.

domingo, dezembro 14, 2008

A pares, na intempérie no Cabo Espichel

A ideia, no papel, até parecia ser gira - levar a Daniela à sua primeira prova de ori-btt, aproveitando para voltar a dar alguma lama à sua bike. O problema foi... a tempestade que se abateu sobre Portugal no dia de ontem, e que ameaçava transformar o percurso numa sucessão de caminhos lamacentos e extremamente difíceis de cumprir (e sob chuva e vento)! E como a Daniela nunca desiste de nada (é uma das coisas que gosto nela), conduzimos os carros mesmo até ao Cabo Espichel, debaixo de uma chuva persistente e contínua, retirámos as bikes do carro e... off we go!

Após um bom quilometro em asfalto ("Mas isto não conta para o percurso?"), parámos nas partidas, ajustámos o mapa, e... partimos pelo caminho compacto e enlameado. O primeiro ponto foi directo e rápido, por piso, apesar de tudo, e atendendo às circunstâncias, bastante bom. Os próximos seriam muito mais difíceis, com os caminhos cada vez menos compactos, a lama a fazer a sua aparição em força, forçando-nos a desmontar nalgumas subidas devido à falta de tracção (nalgumas, nem a pé se conseguia andar um passo sem resvalar meio para trás), descidas escorregadias feitas devagar, com as rodas a derrapar e a soltar continuamente o travão, pingos de lama por toda a nossa roupa (Daniela, peço especial desculpa ao teu blusão...) e água a cair do céu em catadupa. A 'Guna' lá me acompanhava, mostrando um ânimo a toda a prova (se eu parava para ver como ela estava, ouvia logo um "Vamos embora!") e uma técnica pelo menos ao nível da minha (acho que houve passagens em que ela desmontou porque eu o tinha feito e ia à frente). E os pontos iam passando, um após outro, demorando sempre algum tempo, mas naquelas condições era impossível que fosse de outra forma.

Até que chegámos ao 7, e, aí, se a organização não fez o que devia (sinalizou um caminho particular pelo qual não tinha negociado a passagem) eu depois também não estive bem. Quer dizer, num primeiro momento, quando apareceu o dono do terreno de forquilha na mão e eu o acalmei e lhe pedi autorização para passar, acho que estive bem. O problema foi que, na ânsia de sair dali, cortei por um caminho errado (e a Daniela viu o certo!) e depois, tivémos que atalhar com as bikes às costas, pelo meio das primas (silvas) - ainda tenho as marcas dos arranhões bem presentes nas minhas pernas!

Depois de mais umas voltas (e revoltas, porque, um dos caminhos para um ponto estava intransitável e tivémos que ir dar uma 'ganda volta') e algumas paragens técnicas (para recuperar o fôlego, comer um chocolate, beber água, tirar a água dos óculos,...), foi a altura em que nos separámos. A Daniela já estava bem cansada (e enregelada!) e não resistiu à estrada que levava de volta ao estacionamento - e como eu a compreendo! Acho que apenas uma mão-cheia de pessoas que conheço (fora da orientação) aguentaria aquilo que ela passou! Portanto, combinámos encontrarmo-nos na meta e... eu fui fazer os pontos que faltavam em nome da equipa! (e alguns não foram nada fáceis)

No final, o reencontro, uma chávena de chá quente, as histórias, os comentários, os pés gelados, as bicicletas cheias de lama, o corpo ensopado, o carro a 27ºc, o amaldiçoamento às voltinhas finais que tínhamos que dar no campo de futebol,... Uma tarde de reencontro com o BTT, numa vertente bem dura - e a promessa que, se voltarmos a andar juntos de BTT, vai ser no calor, a descer um caminho cheio de praias ao lado, e com paragens abundantes!

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Apesar de tudo, Portugal é um local bem menos perigoso

Não temos que nos preocupar com situações destas!

http://www.summitpost.org/trip-report/466082/The-Tooth-the-Mountain-Lion.html