As crónicas do Lynx

Uma colecção de pequenas crónicas dedicadas a uma grande paixão de sempre: Viver essa maravilhosa aventura que é o dia-a-dia!

segunda-feira, outubro 20, 2014

E, depois, admiram-se que o Alentejo fosse comunista

A prepotência e elitismo que transparecem deste texto do Público, que referencia as discussões que originaram a Base Aérea de Beja, são absolutamente chocantes. A sério! Li o texto esta manhã e ainda não consegui parar de pensar nele:

“Também as famílias abastadas de Beja foram confrontadas com o alastramento do “fenómeno”. Não estavam a conseguir garantir a continuidade do “pessoal para os serviços domésticos do sexo feminino a que habitualmente se dá a designação de criadas”, explica um abaixo-assinado entregue à comissão luso-alemã dando conta dos problemas delicados que o recrutamento de “criadas de servir” iria provocar na cidade de Beja e fora dela, “nomeadamente os salários mais altos”, de que resultaria para as “famílias abastadas a perda de serviço que equivale a um agravamento das dificuldades de ordem económica”.

“Não deviam ser oferecidos salários mais altos do que os praticados na região até porque estes são, entre nós, os salários justos, os que estão de acordo com o nosso nível de vida", propunha-se. Os alemães ofereciam um salário de 1500 escudos mensais, que contrastava com os 300 escudos que eram pagos pelas famílias abastadas.

O “agravamento dos salários das criadas não poderá ser suportado pela maioria dos agregados de Beja. Poderia provocar graves problemas de relacionamento entre portugueses e alemães”, alertava-se. Em alternativa: as habitações destinadas ao pessoal alemão “não deviam incluir instalações para criadas”” - no artigo referido acima.

Eu sei, eu sei que não vivi o Estado Novo e não consigo perceber algumas coisas. Mas isto é, para mim, um vislumbre de algo que me está tão distante, e que acho tão errado, que até estremeço!

sexta-feira, outubro 17, 2014

Há um momento em que o mundo para




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Trail em Fernando de Noronha

Para alguém que há muito só corria em terreno plano, Fernando de Noronha representava um desafio. A ilha brasileira, de origem vulcânica, combina uma beleza extraordinária, uma densa floresta tropical e fortes declives. E, por isso mesmo, claro que eu tinha que fazer um treino de trail por la.

O trajecto escolhido levou-me da nossa pousada no alto de um monte, num percurso pela parte ocidental da ilha. Se a primeira parte foi uma descida prolongada até a área do porto, seguida por caminhos de terra nessa parte da ilha, e, depois, por uma terrível subida de volta, e uma descida em pedra até ao centro histórico da ilha. Se o percurso até aqui tinha sido duro, a última parte, na vila dos Remédios, com uma demoníaca subida de pedra bem no centro da povoação, foi absolutamente arrasador!

Mas, a beleza da ilha, o azul e verde que me entrava pelos olhos, o ar que respirava e o pensamento de que estava a correr em fernando de Noronha, deixaram-me com um enorme (e esgotado) sorriso de orelha a orelha! 



quinta-feira, outubro 16, 2014

Seca em São Paulo


Imaginem uma metrópole com 16 milhões de habitantes onde não chove convenientemente há meses e o principal sistema de abastecimento de água está a operar com apenas 4.3% do volume do reservatório, obrigando a que o abastecimento seja feito com o chamado "volume morto". Podem ver algumas imagens (sendo que vi o efeito desta seca com os meus olhos em São Paulo, esta semana) neste link . Mas, sobretudo, pensem no que isto significa também em termos sociais - a revolta está à porta em São Paulo, à distância de uma torneira seca. 


quinta-feira, outubro 09, 2014

Correr em recife

Correr numa nova cidade e sempre um prazer. E mais ainda, quando estamos a falar de uma cidade de verão eterno, em que corremos ao longo da praia, com o mar azul ao nosso lado e a sentir o sol quente na nossa pele. E agora, lembrem-se que moro no norte da Europa. Esta corrida soube-me mesmo bem!


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