As crónicas do Lynx

Uma colecção de pequenas crónicas dedicadas a uma grande paixão de sempre: Viver essa maravilhosa aventura que é o dia-a-dia!

quarta-feira, fevereiro 12, 2020

Peninha Sky Race - Mapa e alguns gráficos


Mapa da corrida de 17 quilómetros, gráficos de altimetria (auch!) e de ritmo (muito mais lento do que aquilo que eu esperaria inicialmente, reflectindo a dureza da prova). Reparem também no imenso tempo em que estive (estivémos todos) parado na passagem técnica da Pedra Amarela, por causa da fila que se formou.




segunda-feira, fevereiro 10, 2020

Peninha Sky Race

1000m de desnível vertical positivo. Engoli em seco e tomei a decisão de que me ia inscrever e fazer a prova. E de que ia treinar muito!

E foi assim que, no dia 9 de Fevereiro de manhãzinha, estava na Malveira da Serra, juntamente com mais umas centenas de pessoas, para fazer a Peninha Sky Race, que, mesmo na versão curta que eu ia fazer, prometia 17ks de corrida com 1000m de desnível positivo pela Serra de Sintra. É escusado dizer que estava um pouco nervoso (apesar de ter treinado, e bem, sabia que me esperava algo bem mais difícil), mas sobretudo expectante. E sentia o mesmo em muitas das pessoas à minha volta - mas claramente, dava para perceber que havia gente ali já com muita pedalada e rodagem.

Logo no início, um aviso - os primeiros 3 quilómetros seriam sempre a subir. Mas confesso que não estava à espera que fosse a subir tanto - e se nas primeiras centenas de metros (a subir), partimos todos a correr, rapidamente passámos a caminhar apenas mais ou menos aceleradamente, dada a feroz inclinação que vencíamos num dos trilhos que da Malveira leva à Peninha. O mote estava dado, logo ali.

Nesses primeiros 3 quilómetros, a subida era dura, mas por um estradão largo, onde cabíam muitos de nós. Mas, rapidamente, assim que vencemos esses quilómetros iniciais, passámos para um trilho, por entre as árvores. estreito, enlameado e a descer, às vezes vertiginosamente. Foi altura de dar largas aos sapatos, de comprovar que os Salomon (SpeedCross GTX) foram mesmo feitos para este terreno, de confiar na aderência e de pensar sempre "tenho que pisar bem e não acelerar demasiado". Foi o início de uma cadência constante da prova, descer por trilhos apertados por 1 ou 2 ks e depois subir, a passo, porque não dava para mais, tal a inclinação, por 500 ou 1000 metros. Desce depressa e com cuidado, sobe devagar a respirar fundo. Tudo isto pelo meio do ar fresco e puro de Sintra, das suas árvores, de um barro escuro.

E, de repente, numa subida íngreme e feita a passo, começo a ver cada vez mais gente e... paramos todos em fila!!! Uns comentavam que devia haver muita gente lá em cima a tirar fotos e que não havia direito. Outros, como eu, respiravam e descansavam um pouco, e pensavam no que estaria ali à frente para esta paragem. A passo, o problema descortinou-se lentamente. A passagem pela Pedra Amarela seria mais técnica, por um pequeno passo de escalada de 3 metros, um problema diferente do que tínhamos tido até ali - e eu também o passei, lembrando-me do  meu bouldering (e percebendo que isto com um sapato de trail com pitons é muito mais difícil)! Mas, superado!!!

Depois, foi correr e andar, descer e subir, ir da encosta Sul à Norte, e desubir outra vez para Sul em direcção à Peninha, passar por trilhos que já antes tinha feito e ir por outros novos. E, enfim, chegar à Peninha, tirar uma foto (claro), perceber que aquilo já era o último pico, que a última grande subida já tinha sido superada, e que me esperavam 4 quilómetros de descida (e que muito me doíam os quadrícipes durante essa descida). E que ia chegar ao fim, uma sensação fantástica!!!

Adorei a prova! Adorei correr por Sintra (como sempre), descobrir novos lugares, respirar livre por lá. Até adorei as subidas e descidas, o meu cansaço no final. Se tiver oportunidade, voltarei!