As crónicas do Lynx

Uma colecção de pequenas crónicas dedicadas a uma grande paixão de sempre: Viver essa maravilhosa aventura que é o dia-a-dia!

sexta-feira, outubro 30, 2009

Cervara


Em Itália, existe uma pequena cidade medieval que é o paraíso da orientação urbana. Bem-vindos a Cervara! O nosso guia é Thierry Gueorgiou, várias vezes campeão do Mundo, e considerado um dos melhores atletas de sempre.

quinta-feira, outubro 29, 2009

Boas notícias

A minha espécie está a ser reintroduzida em Portugal!

http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1407423

domingo, outubro 25, 2009

Desculpas para um mau tempo

Falta de treino X Caminhada de 12 kms no dia anterior X Jantar chinês X Muito Calor = 57m33s nos 10 km da Corrida do Tejo

sábado, outubro 24, 2009

Lobo Ibérico



Palavras para quê?


Fotografia de José Luis Rodriguez




sexta-feira, outubro 23, 2009

Dia 5

Último dia nas montanhas do Atlas. A madrugada da decisão. Acordar às 3h30, para decidir se tento ou não o Toubkal. Nessa noite, percebi que estava mesmo satisfeito com o que já tinha feito. E que não valeria a pena uma madrugada de tensão só para escalar uma montanha. Seria tirar o prazer da subida, por um mero tique, uma marcação, um mero"eu já fiz o Toubkal".

Quando os meus companheiros chegaram cá abaixo, percebi que queria fazer o Toubkal como eles. Com alegria. Com prazer. Com superação descontraída. Se lá voltar, será para subir aquela montanha assim.

terça-feira, outubro 20, 2009

A descida

Vertigens. Sempre foi o meu problema, desde que fui a Sintra, com 9 anos. O vazio. O medo de cair para o vazio.

Ainda não as tinha sentido em Marrocos. Mas, a descer daquele colo a mais de 3500m de altitude, num caminho estreito, cheio de cascalho e outras pedras, e pó escorregadio, com mais de 500m de declive à minha esquerda, a começar logo ali a um pé de distância, e com a parede vertical para cima a começar um pé à minha direita, voltei a senti-las. Vertigens. Medo de cair para o vazio. Forte. Muito forte. Retesei os músculos. Aumentei a minha concentração para o máximo. Desci contraído. Apertado. Com medo. Cheguei.

O Outono a chegar


O Outono a chegar pelo Val Bedretto, fotografia de Gabrielle, no Summitpost.

domingo, outubro 18, 2009

Dia 4

Este foi, possivelmente, o dia mais duro da expedição. Às 6h15 iniciávamos a caminhada, que iria durar 9 horas, e levar-nos dos 2300 metros de altitude, a mais de 3500m, para depois descermos e voltarmos a subir 300m verticais até ao refúgio do Toubkal, a 3200m. Ou seja, íamos trepar 1500 metros verticais, o equivalente a... 1 Serra do Gerês!

Às 6h15, no refúgio onde tínhamos passado a noite, o ar era frio. Pela primeira vez, tive que vestir as luvas e o gorro, e preparar-me para o frio. E para uma subida que, à distância, metia respeito. O caminho começou... bonito, com um caminho que saltitava entre pedras e margens de um rio, onde nos esforçavamos por não meter os pés. O ponto alto vislumbou-se após 1 hora de caminho - uma gigantesca queda de água, de mais de 30 metros de altura, forte e bela, à nossa direita. Deslumbrante! Aproveitámos a desculpa para tirar fotografias, beber água e recuperar o fôlego. A subida foi uma constante, num caminho mais ou menos pedregoso, mais ou menos difícil, mas sempre a subir fortemente, em ziguezague, com um vento forte, de um frio cortante como companhia. Se os nossos corpos estavam quentes da subida, a nossa pele sentia o frio do ar em cada ponto exposto pelos nossos polares. Não sei como o Nuno aguentava sem luvas (tinha-as deixado na mochila que seguia nas mulas), e ele provavelmente também não, porque improvisou umas com o boné e um lenço que o Ricardo não estava a utilizar.

Após muito subir no frio, houve um momento de aclamação esperançosa silenciosa - o momento em que nos vimos a cruzar a linha que o Sol desenhava nos recortes da montanha, levando-nos para a sua luz directa. A subida continuava, mas ao menos já sentíamos o Sol ainda frio a acariciar-nos numa esperança que o tempo trouxesse o calor - e acalmasse o frio. Houve um momento, em que deixámos a protecção do vale e começámos a cruzar o topo do contraforte, em que o vento era tão forte que me senti a ser arrastado para o lado, procurando manter o equilíbrio. Mas cedo cruzámos a cumeeira e ficámos na protecção do outro lado. E o que o Mohammed nos apontou deixou-nos sem fôlego. No outro lado do vale que se abria à nossa frente, estendia-se uma montanha enorme, abrupta e forte. Lá ao fundo, à nossa frente, a 3000m de altitude, via-se uma cascalheira e, lá desenhado, com umas pequenas figuras a percorrê-lo em diversos níveis, adivinhava-se um estreito, íngreme e pedregoso caminho que ziguezagueava pelas alturas, levando-nos até ao topo. Foram uns segundos de antevisão alucinantes, até que o Mohammed nos interrompeu e levou a re-iniciar o caminho.

Como é que se sobe um monstro daqueles? Devagarinho. Com calma. Força. Não pensando. Respirando. E, sobretudo, andando. Senti-me bem na subida. Sem qualquer dos problemas do dia anterior. E, no final da subida (quanto tempo foi? 1h30? 2h? Mais? Provavelmente!), soube que fisicamente estava pronto para o Toubkal. E respirei fundo, no topo do colo que cruzámos lá bem no topo, a mais de 3500m - estava feliz!

domingo, outubro 11, 2009

As mulas

Sao claramente animais incríveis! Percorrem todos estes caminhos de cabras, sempre a subir e a descer pelos sítios mais incríveis, com uma carga superior a 50 quilos cada, com o triplo da largura que deveriam ter, e fazem-no a uma velocidade que nos deixa facilmente para trás!

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Dia 2

Estou agora a escrever depois do almoço do segundo dia de trek. Não dormi nada esta noite (acho que foi do colchão duro), mas também não e agora que vou conseguir por o sono em dia - espero que logo isto corra melhor.

Acordamos cedo - as 7h ja estávamos a tomar um bom pequeno almoço com pão, leite em pó, nescafe, queijo (viva a vache qui rit!), doces variados,... uma maravilha! Depois foi carregar as mulas e fazer uma subida de 2h30 ao longo (e por dentro) de um oued, e que nos levou aos 2400 metros de altitude. Aguentei-me bem, ate depois na descida e depois na nova subida e descida - mas os efeitos do pouco sono estão a notar-se agora. Estou moído...

Partimos de novo daqui a 15 minutos. E acho que me vai saber bem voltar a andar. Calculo que faltem mais cerca de 2 horas para o albergue de hoje - perfazendo um total de 6h30 de percurso.


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Dia 1






Expectativa! O que nos iria aguardar? Depois de uma hora de caminho num taxi Mercedes da década de 70 ( um mimo!), chegávamos só ponto de partida - meia dúzia de casas e um boteco, na estrada entre Asni e Imlil, num vale apertado, com uma confusão de mulas marroquinas, guias berberes e clientes europeus. Compramos agua, metemos conversa com uns ingleses, carregamos as mulas, conhecemos o nosso guia Mohammed e o nossos muleiro Hassan (doravante conhecido por Bien, em homenagem a única palavra que conhecia de uma língua que não a marroquina ou berbere) com melhor aspecto que o que temíamos, e... partimos!

Foi um dia de habituação a rotina dos próximos dias. Subir (neste caso ate aos 2000m), baixar um pouco e almoçar a sombra (e comiasse melhor do que o que esperava), descansar, continuar por mais um pouco ate ao albergue do final da etapa.

A noite ainda metemos conversa com um casal de russos no mesmo percurso que o nosso (com um guia que falava um inglês impecável) e deslumbramo-nos com um nascer da Lua impressionante, enorme e próxima a assomar de repente por uma portela e a iluminar o vale com a sua luz branca.

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terça-feira, outubro 06, 2009

Dia 3


"irra! Irra!" foi assim que começou a jornada, com o Mohammed a incentivar as mulas a atravessar a escarpada aldeia onde tínhamos dormido. Depois, foram 3h30 sempre a subir, para superar 800 metros de desnível e vencer uma passagem numa portela a 2700 metros de altitude - confesso que senti pela primeira vez problemas com a altitude, ficando cansado e reduzindo a minha velocidade. Vamos ver como corre nos próximos dias.

Depois, descemos durante 1h30, ao longo do vale de um rio, que acaba por abrir e dar origem a verdejante e sombreada clareira onde nos encontramos agora a almoçar.

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sábado, outubro 03, 2009

Dia zero

O primeiro dia da rota do toubkal. Passado a viajar ate marraquexe via Madrid, a visitar a praca central, o souk, a almoçar com um dos meus companheiros de viagem num átrio perdido no bazar (excelente!), a passar pela torre da khoutobia e... a dormir no hotel, tentando recuperar do desgaste de apenas 8 horas de sono nos ultimos dias!

Estou um pouco nervoso com o inicio da rota. Amanha, 8 da manha na entrada do hotel, para irmos ter com o guia e a restante equipa a Imlil... e iniciar o periplo de 5 dias!


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