As crónicas do Lynx

Uma colecção de pequenas crónicas dedicadas a uma grande paixão de sempre: Viver essa maravilhosa aventura que é o dia-a-dia!

sábado, abril 21, 2007

42.195 kms

O convite foi-me feito pelo Tiago, meu antigo companheiro das lides de Challengers e com quem fiz a caminhada de Montejunto umas semanas atrás. Era simples - ir fazer a Carlos Lopes Gold Marathon, mas de bibicleta!

O percurso é giro, mais complicado de início, porque se sobe até ao topo do Campo Grande e depois se desce até ao Saldanha, numa sucessão de túneis que implicam um 'sobe e desce' constante. Segue-se a descida para o Marquês de Pombal (e porque raio não pudemos nós andar no túnel do marquês?) e a Avenida da Liberdade - escusado será dizer que, percorrer as ruas da cidade de bicicleta (depois de já as ter feito tantas vezes de carro) era um dos aliciantes deste passeio (sim, porque o carro lá à frente a limitar-nos a velocidade impunha essa designação). Foi espectacular fazer toda a Baixa de' bina'!

Após o Terreiro do Paço, virámos à direita, direitos ao Estádio Nacional. Nessa altura, o carro permitiu-nos mais alguma liberdade e atingimos os 30km/h de forma regular (nunca tinha rodado com as mudanças a fundo durante tanto tempo!). O percurso a partir daqui foi quase sempre plano e, por isso, sempre a rolar. A única história desta parte da prova foi que, por o pelotão rodar tão compacto, duas bicicletas tocaram-se cada uma para seu lado e... foi mesmo 'in extremis' que conseguimos desviar-nos!

Dos últimos 15 kms, as únicas notas dignas foi mais um toque (queda, neste caso) à nossa frente, no topo do viaduto de Santa Apolónia (a velocidade mais reduzida no prémio de montanha e a campacticidade do pelotão fizeram-se pagar...) e o meu cansaço (nada de especial, mas já não tinha a frescura de início) a partir da segunda passagem por Santos - vento contra e alguns quilometros em cima... Mas nada que me tivesse impedido de acabar lá bem na frente! (e o Tiago mostrou ser um bom 'reboque'...)

Uma última palavra para quem corre a pé. Estes 42 Kms, que de bicicleta parecem tão fáceis devem ser terríveis para quem os corre. É preciso ser um autêntico herói para o fazer! Uma autêntica prova de heroísmo físico e mental! Parabéns a quem já fez (e a quem, não tendo terminado, se abalançou para fazer) uma maratona inteira. Correr 42, 195 metros de assentada!

P.S- O passeio em bicicleta desta maratona estava limitado a uma velocidade mínima de 20Km/h, de forma a garantir que os atletas de topo da maratona não apanhavam e eram atrapalhados pelos ciclistas. O que significa que, aqueles 'monstrinhos' de correr, cumprem uma média ligeiramente inferior a 20Km/h - alguém quer comprar com a velocidade a que eu corro 2 Kms no ginásio?

segunda-feira, abril 16, 2007

400

Dia 31 de Março estava absolutamente arrasado. Tinha sido uma semana de trabalho particularmente puxada, e a ida à festa da FHM na 5ª feira à noite, seguida de uma reunião suficientemente importante para me pôr de pé às 6h15 na manhã seguinte não contribuiram em nada para a minha 'forma'. Por isso, quando acordei às 10h30 de Sábado depois de ter dormido dez horas, não fiquei particularmente surpreendido. Um bom bocado na ronha e, quando ligo o telemóvel, já de saída para ir correr, tenho uma mensagem do Rebordão "Vamos fazer a 400 às 10h da manhã, queres vir?". Apesar da expectativa em relação à cache, e da boa companhia, o adiantado da hora (já eram 11h30) levaram-me a responder que não, mas que esperava que a já a tivessem encontrado. A resposta veio meia-hora depois, já eu estava a vir a correr de Cascais...

Cheguei às coordenadas iniciais ao 12h30 (...) e, apesar do crowd já ter todo escalado, como o equipamento ainda estava no sítio, lá fui eu! Não subi mais do que 3 metros, apesar da confiança no Bruno, mas, eu ainda não tinha 'aquecido' o cérebro para o modo anti-vertigens... Na parede lateral, o João Garcia dava um pequeno show de 'vocês gostavam de escalar assim, certo?", mas afinal, ele é que é o pro, e foi bom vê-lo ali a dar uma lição de introdução à escalada a algumas pessoas.
Agarrámos nos carros e 'ala' para o segundo ponto. Confesso que já há algum tempo que sentia alguma curiosidade por aquele parque e, quando o vi, asseguro-vos que não me desiludiu! Uma grande parede de escalada de 10 metros, com 6 vias diferentes, algumas com extra-prumos, uma profusão de blocos artificiais para bouldering, escorregas para os mais novos e um autêntico circuito de obstáculos montados nas árvores, com tirolesas e nepalesas, faziam parecer que tínhamos acabado de cair num sonho montado numa antiga pedreira recuperada! UAUUUU!!!!

Os Rebordão começaram a montar a via de escalada, para começarmos a actividade, enquanto outros iniciavam as buscas de maneira... menos ortodoxa... Confesso que, uma das coisas que me surpreendeu foi porque... encontraram mesmo a malandra!!! Depois, foi só procurar a cache final, encontrá-la depois de termos colocado os capacetes e ligado os frontais (para aquilo ficar a sério) e beber o chá que os Rifkindisss fazem questão de transportar para todo o lado - e quem provou diz que é mesmo bom!
Depois da debandada geral, fui convidado pelos Rebordão para ficar com eles, a escalar em mais algumas vias. Acabou por ser uma tarde excelente (apesar do almoço terem sido apenas umas barras energéticas), com excelente companhia e muita escalada. Ficou a memória de ter visto algo impressionante (a Sara a dar segurança ao Hugo, com uma diferença de quase 30 quilos, o que a levava a, por vezes, ficar literalmente no ar, pendurada...) e de ter conseguido escalar até quase lá acima de uma das vezes. Afinal, as vertigens são mesmo uma coisa que está cá dentro do nosso cérebro e, ter confiança nos amigos que nos estão a 'prender' cá em baixo, faz toda a diferença. Obrigado um milhão de vezes pelo convite!
Valeu!