Ciclovias de Lisboa
Era um projecto antigo. Agarrar na minha bicicleta dobrável, levá-la até ao centro de Lisboa e pedalar pelas novas ciclovias que começam a cruzar a cidade. Era um projecto antigo e, a 22 de Abril, assim fiz. Estacionei no Parque Eduardo VII e fiz-me à estrada - perdão, à ciclovia!
O objectivo era fazer um percurso circular que me permitisse testar algumas das principais ciclovias de Lisboa - e compará-las com as de Roterdão, representativo do standard dourado holandês. E foi isso mesmo que fiz. Comecei no Marquês de Pombal, subi ao Saldanha, percorri a Avenida da República e a do Brasil, cruzei a Cidade Universitária, atravessei a Segunda Circular no "Viaduto da Galp"(yekes!!!), andei por Telheiras e Benfica, desci a radial de Benfica ladeando Monsanto (e que momento, cruzar a Estrada de Benfica pelo viaduto pedo-ciclável) e subi depois pelo Corredor Verde, passando junto à "minha" Casa Amarela e ao Palácio de Justiça.
Um bom passeio, e que me permite chegar a uma grande conclusão - é finalmente possível pedalar em Lisboa, de forma bem agradável! Algo que parecia uma tarefa dantesca há uns anos atrás é, agora, natural - e isso é algo tremendo, que ninguém pode menosprezar. O grande problema para pedalar em Lisboa sempre foi o trânsito (e não as subidas, que são terríveis nalgumas áreas, mas geríveis na maior parte da cidade) e a actual rede de ciclovias mitiga essa questão.
A grande (e boa) ciclovia da Avenida da República funciona mesmo como um grande eixo central que permite o ciclismo funcional, mesmo o movimento pendular casa-trabalho, de uma fatia importante da população. Sobretudo quando pensamos como está ligado à ciclovia da Avenida do Brasil, e às ciclovias de Telheiras, Benfica e Olivais. Ou seja, é possível, e nalguns casos até natural, pedalar para o trabalho.
Isto não significa que não haja muito trabalho a ser feito:
- a rede de ciclovias precisa de ser estendida a muitos mais locais e precisa de se tornar mais densa;
- as vias mistas deveriam idealmente ter lombas para garantir uma velocidade mais baixa dos carros;
- é necessário prevenir o estacionamento / paragem de carros em cima das ciclovias e que os peões as usem como parte do passeio;
- é urgente repensar a interação com os transportes públicos. Há paragens em cima da ciclovia e por isso o perigo de colisões entre peões e ciclistas é tremendo;
- há que repensar muitas das ciclovias existentes de um ponto de vista do utilizador. É muito frequente que, em cruzamentos e entroncamentos, não seja óbvio por onde segue a ciclovia. E, há também ocasiões (e um exemplo flagrante é na Avenida do Brasil) em que a ciclovia é interrompida por umas dezenas de metros, por qualquer motivo (na Avenida do Brasil, é porque a zona do passeio se estreita devido a uma paragem de autocarro) e segue depois mais à frente. É preciso repensar estas situações, olhando caso a caso.
- e, por último, olhar para o viaduto ciclável das Torres de Lisboa, sobre a Segunda Circular, como um exemplo do que não deve ser feito. É terrivelmente inclinado (mesmo para mim), perigoso porque mal pensado, mal sinalizado e, nomeadamente na zona Sul, não existem ligações directas a ciclovias, obrigando a percorrer centenas de metros pelo passeio ou pela estrada... A melhorar urgentemente! (até porque é a ligação entre as ciclovias de Telheiras e a Cidade Universitária / Avenida da República...).
Apenas melhorando os pontos acima podemos ter uma rede ciclável verdadeiramente funcional em Lisboa, e que permita tirar alguns milhares de carros (pensamento positivo, gente!!!) das ruas de Lisboa. Mas... sobretudo... Bem jogado, Lisboa!
O objectivo era fazer um percurso circular que me permitisse testar algumas das principais ciclovias de Lisboa - e compará-las com as de Roterdão, representativo do standard dourado holandês. E foi isso mesmo que fiz. Comecei no Marquês de Pombal, subi ao Saldanha, percorri a Avenida da República e a do Brasil, cruzei a Cidade Universitária, atravessei a Segunda Circular no "Viaduto da Galp"(yekes!!!), andei por Telheiras e Benfica, desci a radial de Benfica ladeando Monsanto (e que momento, cruzar a Estrada de Benfica pelo viaduto pedo-ciclável) e subi depois pelo Corredor Verde, passando junto à "minha" Casa Amarela e ao Palácio de Justiça.
Um bom passeio, e que me permite chegar a uma grande conclusão - é finalmente possível pedalar em Lisboa, de forma bem agradável! Algo que parecia uma tarefa dantesca há uns anos atrás é, agora, natural - e isso é algo tremendo, que ninguém pode menosprezar. O grande problema para pedalar em Lisboa sempre foi o trânsito (e não as subidas, que são terríveis nalgumas áreas, mas geríveis na maior parte da cidade) e a actual rede de ciclovias mitiga essa questão.
A grande (e boa) ciclovia da Avenida da República funciona mesmo como um grande eixo central que permite o ciclismo funcional, mesmo o movimento pendular casa-trabalho, de uma fatia importante da população. Sobretudo quando pensamos como está ligado à ciclovia da Avenida do Brasil, e às ciclovias de Telheiras, Benfica e Olivais. Ou seja, é possível, e nalguns casos até natural, pedalar para o trabalho.
Isto não significa que não haja muito trabalho a ser feito:
- a rede de ciclovias precisa de ser estendida a muitos mais locais e precisa de se tornar mais densa;
- as vias mistas deveriam idealmente ter lombas para garantir uma velocidade mais baixa dos carros;
- é necessário prevenir o estacionamento / paragem de carros em cima das ciclovias e que os peões as usem como parte do passeio;
- é urgente repensar a interação com os transportes públicos. Há paragens em cima da ciclovia e por isso o perigo de colisões entre peões e ciclistas é tremendo;
- há que repensar muitas das ciclovias existentes de um ponto de vista do utilizador. É muito frequente que, em cruzamentos e entroncamentos, não seja óbvio por onde segue a ciclovia. E, há também ocasiões (e um exemplo flagrante é na Avenida do Brasil) em que a ciclovia é interrompida por umas dezenas de metros, por qualquer motivo (na Avenida do Brasil, é porque a zona do passeio se estreita devido a uma paragem de autocarro) e segue depois mais à frente. É preciso repensar estas situações, olhando caso a caso.
- e, por último, olhar para o viaduto ciclável das Torres de Lisboa, sobre a Segunda Circular, como um exemplo do que não deve ser feito. É terrivelmente inclinado (mesmo para mim), perigoso porque mal pensado, mal sinalizado e, nomeadamente na zona Sul, não existem ligações directas a ciclovias, obrigando a percorrer centenas de metros pelo passeio ou pela estrada... A melhorar urgentemente! (até porque é a ligação entre as ciclovias de Telheiras e a Cidade Universitária / Avenida da República...).
Apenas melhorando os pontos acima podemos ter uma rede ciclável verdadeiramente funcional em Lisboa, e que permita tirar alguns milhares de carros (pensamento positivo, gente!!!) das ruas de Lisboa. Mas... sobretudo... Bem jogado, Lisboa!