Mesmo sendo verão, a temperatura e cerca de 10 graus mais fresca que em Lisboa. O que não deixa de ser agradável. Mas esta cidade e enorme e pouco humana - avenidas enormes que se atravessam por túneis em que o gps perde o sinal, estradas em que temos que perceber como fintar os carros, quarteirões gigantes que nos baralham as distancias, predios enormes e bizarros, cimento sempre compacto e duro sob os pés, a massacrar os joelhos. Há parques, claro, mas mesmo esses tem piso de cimento e sao bizarros - sao as famílias a passear ao lado dos homens a beber vodka pela garrafa nos bancos, as crianças a brincar enquanto modelos em cabedal tiram fotografias, aulas de body combat para manter o corpo magro e esbelto observadas por reformadas com ar miserável de fome. Moscovo e também uma cidade contrastes, e conhecer uma cidade a correr e também esbarrar neles de frente.
Claro que corri (e bastante) nas quatro semanas que lá estive. Descobri o parque por detrás do meu hotel, a sua continuação escondida para lá daquela estrada, ruas novas, monumentos soviéticos, corri ate ao kremlin e a praça vermelha. Mas, sobretudo, descobri a cada passo uma cidade em que os bentley se desviam de babuschkas lentas e sofredoras.
Se gostei de Moscovo? Claro! Como nao gostar desta cudade historica e imponente, com uma historia tao rica e tragica nos ultimos dois seculos? Mas preferia apenas que tivesse apenas um pouco menos de contrastes sociais, o que, provavelmente e pedir demais numa cidade que se esforçou desde sempre por destruir a classe media.
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