As crónicas do Lynx

Uma colecção de pequenas crónicas dedicadas a uma grande paixão de sempre: Viver essa maravilhosa aventura que é o dia-a-dia!

segunda-feira, fevereiro 23, 2015

De volta à neve

Tornou-se uma tradição dos últimos anos - por volta desta altura, Fevereiro / Março, tenho uns dias de férias para ir fazer snowboard, num qualquer lugar frio e montanhoso. Uma magnífica forma de voltar a ter contacto com a montanha, enquanto faço desporto e, também, as férias mais descontraídas que tenho no ano - quando estou a descer uma pista com o snowboard, não penso em mais nada, o que, convenhamos, é mesmo muito raro em mim.

Mas este ano, foi ainda melhor. Se a JK já tinha vindo comigo o ano passado, este ano, deu um claro salto em frente, em termos de capacidade de esquiar. Já me acompanhava sem problemas nas pistas que fazia. O que transformou um prazer um pouco egoísta, em algo que fazemos a dois. E isso faz toda a diferença!

Estou ansioso pelo próximo ano!

segunda-feira, fevereiro 16, 2015

É para isto que os postos de controlo servem


E é por isso que é perigoso cortá-los, normalmente por razões de custos.

Um posto de controlo serve para controlar a passagem dos concorrentes, por vezes por razões competitivas (para aferir tempos, mas, também, para impedir corta-matos) e sempre por razões de segurança. Em desportos de outdoor, em que, muitas vezes, não há possibilidades de contacto em caso de emergência (por falta de sinal de telemóvel), os postos de controlo permitem responder à pergunta "Já passaram por aqui?" e despoletar as hipóteses de "onde é que, então, eles estão".

http://www.publico.pt/local/noticia/autoridades-procuram-quatro-homens-desaparecidos-no-riotamega-1686248

domingo, fevereiro 01, 2015

De volta à orientação - edição de Janeiro de 2015


Foi há cerca de um mês. Olhei para o calendário, vi que ano era e fiz uma pergunta a mim próprio - quantos anos mais vou esperar até voltar a correr, com um mapa e uma bússola na mão, pela floresta, à procura de pontos marcados na carta, enquanto leio o terreno com os olhos e a legenda? E decidi que queria voltar à orientação, o desporto que, com o ténis, faz o meu corpo vibrar.

Depois de alguma pesquisa pela net, lá me inscrevi para uma pequena prova, na Holanda, a 1h20m de casa - uma distância relativamente curta, que me permitiria ir e vir, numa localização que prometia floresta. Rejubilei quando confirmaram a minha inscrição e, confesso, fiquei o resto a sonhar com esta prova, a rever mentalmente a legenda, as principais dicas que aprendi, a correr para me preparar para uma prova destas.

Mas, nada me preparou para a realidade. Para já, porque... nevou! Caiu um nevão nessa madrugada que cobriu o país de uma fina camada branca. Nem preciso de vos dizer o quão espectacular foi, assim, percorrer o país para ir para esta prova, primeiro com uns resquícios de neve na berma e, depois, progressivamente, à medida que me dirigia para Norte, por um manto permanente, do qual apenas sobressaiam as quintas e florestas holandesas. Uma beleza! 

Mas uma beleza que tinha também o sabor de novidade para mim. Nunca tinha corrido em orientação pela neve e, toda esta prova foi uma aprendizagem para mim. Aprendi a evitar as derrapagens no terreno gelado e sempre instável da orientação, a correr levantando os joelhos nas áreas de neve mais alta em arbustos rasteiros, a fugir de possíveis buracos escondidos que me poderiam lesionar, a sentir os pés molhados da neve que entrava entre as perneiras e as sapatilhas e ensopava minhas meias. Mas, aprendi também a correr numa floresta do Norte da Europa, tão diferente dos pinhais ou dos montados portugueses - na realidade, apenas no Alvão tinha corrido entre árvores deste género, de ramos baixos, densos e nús do Inverno. Aprendi também a correr num terreno absolutamente plano, em que não tinha a ajuda do relevo do mapa para me orientar - e este é dos principais ângulos que aprendemos na orientação em Portugal.

E diverti-me! Tanto! Foi tão bom voltar a mergulhar de cabeça na natureza, encará-la como um desafio positivo, como um imenso terreno para o meu jogo, tão natural como respirar, com surpresas tão fabulosas como o gamo que, de repente, se atravessou à minha frente, pelo meio da neve.

Meus caros, a próxima já está no meu radar - em Março, volto a uma prova de orientação!