As crónicas do Lynx

Uma colecção de pequenas crónicas dedicadas a uma grande paixão de sempre: Viver essa maravilhosa aventura que é o dia-a-dia!

domingo, março 30, 2008

O branco das Montanhas da Lua está a desaparecer

Os glaciares da cordilheira Ruwenzori estão a encolher rapidamente e prevê-se que, daqui a 30 anos, desapareçam completamente. Menos conhecidas que o 'Kili', estas são, no entanto, as famosas 'Montanhas da Lua', o mítico local onde, como os egípcios antigos discutiam, o Nilo nasce em "montanhas cobertas de neve". Se os glaciares desaparecerem, para além de um autêntico mito (glaciares a latitudes equatoriais), há todo um Mundo (os ecossistemas de todas aquela montanhas, o que vai acontecer ao Nilo com muito menos água,...) que fica ameaçado.

Tenho a certeza que há uma regra sobre isso

Devia ser proibido organizar provas de orientação em dias de mudança de hora! Devia um tipo ir correr para o meio do mato, a horas perfeitamente obscenas e completamente pedrado de sono? Claro que não! 8 da manhã é uma óptima hora para continuar a dormir encostado a uma almofada, e não para sair das partidas quando alguém diz "9 horas"!

sábado, março 22, 2008

Dia do Pai


Com 2 dias de atraso mas, desta vez, tínhamos planeado uma coisa diferente para o dia do Pai. Um dia 100% familiar, em que levaríamos os nossos pais a dois lugares espectaculares na Serra dos Candeeiros – as Nascentes do Alviela e a Fórnea! Dois locais formados pela acção erosiva da água no calcário do maciço estremenho, envolvendo caminhadas relativamente curtas (1,2 kms no caso das nascentes e 4 kms no que respeita à Fórnea), contacto com a natureza e paisagens invulgares. Acho que gostaram! Como pontos altos elejo a minha Mãe a habituar-se a caminhar com o bastão (no final, já não queria outra coisa) e a companhia do meu pai até à Cova da Velha, na Fórnea (não pensei que ele tivesse fôlego para ir até lá acima)! Ah, e a excelente companhia do meu irmão, após apenas 3 horas de sono!

Adorei!!






domingo, março 16, 2008

21

Foi o número de quilómetros que corri esta manhã. Finalmente, fiz a Meia-Maratona de Lisboa! Um dos meus objectivos pessoais para 2008 está já cumprido. Check!

Acordei cedo (às 7h45) e fui algo apreensivo para o Pragal, para a Praça da Portagem, o local de partida que já cruzei tantas vezes de carro. Pensava no meu joelho esquerdo (que de vez em quando me lembra que já passou por muito), na minha costela do lado esquerdo (que ainda dói quando me mexo muito, me apoio sobre ela ou tento fazer exercício com o braço esquerdo) e na minha falta de treino nas últimas duas semanas (desde a minha lesão no dia 4, que só corri na última sexta-feira, um rápido shake down de 4,5 kms para me assegurar que estava em condições). E confiava no meu treino anterior, quer nos quilómetros que corri antes desta prova, quer no treino específico de ginásio que continuo a seguir com vista a dotar o joelho de mais músculo que o proteja melhor. Além do mais, sempre que olhava para o céu, sorria – o tempo, nublado e fresco sem estar frio, era perfeito para correr.

Parti, e no meio da salganhada da multidão (30000 pessoas que partem todas ao mesmo tempo), a emoção de passar a Ponte 25 de Abril (que sempre povoou o meu imaginário, desde criança) a pé pela primeira vez. Não era o único a senti-lo – havia várias pessoas, concorrentes, que paravam e tiravam uma fotografia sua a meio da ponte. Foi assim que passei o primeiro quilómetro, a 5m38s – um tempo rápido para o que tinha estabelecido como objectivo secundário (o primeiro era acabar, e o segundo era não fazer má figura, fazendo um tempo abaixo de 2h30m!). Mas estava a sentir-me bem, e confiante, e fui utilizando sempre o tempo nos quilómetros parcelares como motivador (ao passar o quilometro 1 marquei como objectivo passar no 2 aos 12 min e assim por diante) – funcionou extremamente bem!

O meu primeiro problema chegou já depois de passar a ponte – nas descida para Alcântara, o meu dorsal (que tinha colado com a fita bi-adesiva extremamente forte que uso para as provas de BTT) voou! A minha transpiração tinha feito com que a fita se soltasse. Um momento de frisson no meio dos outros concorrentes (parei e andei contra a maré de 30000 pessoas durante uns metros…) e ele já estava novamente na minha mão. Colei-o um pouco ao lado, no meu flanco direito e ele aguentou-se por lá o resto da prova.

Há medida que os quilómetros passavam, vivia a autêntica festa que é esta prova. Pessoas no passeio a dizerem-nos adeus e a incentivarem-nos (incluindo o pessoal que estava nos after hours da 24 de Julho), bandas (sim, bandas!!) a tocarem e a cantarem para nos dar força (e tínhamos de tudo, desde a filarmónica dos bombeiros, até rock, passando por house com tambores ao vivo, axé e flamenco!), e o autêntico espectáculo de alguns corredores – desde um que dizia nas costas que estava a “fugir da ministra”, um frade franciscano que com a sua toga e cruz na mão abençoava quem por ele passava, grupos de alemães e dinamarqueses de meia idade e um grupo de espanhóis que elucidativamente afirmava que “komemos + que korremos”! A passagem pelo Rossio e Praça do Comércio, com centenas de pessoas a ver-nos passar e os turistas incrédulos a fotografarem-nos, foi, sem dúvida, o ponto alto!

Continuei sem problemas, passando pelo Lux e por Santa Apolónia e dando a volta mais à frente. Foi o local onde pensei “mais de metade já está! A partir de agora, não tens que vencer nada que não tenhas já corrido”. É claro que estava a ignorar o facto de que as minhas pernas já tinham 11 kms em cima, mas… engana-me que eu gosto! Os abastecimentos eram impecáveis, e eu confesso que me servi sempre deles (alternando sempre entre uns goles de água ou de Powerade – bendito Tiago que é patrocinador desta prova!), mantendo sempre a minha hidratação em alta – teoricamente, era importante para manter os níveis de resistência no topo, portanto…

Os problemas só começaram depois da segunda passagem pelo Terreiro do Paço. Claro que estava cansado, mas o fôlego estava, apesar de tudo, lá. A costela já me tinha doído duas ou três vezes, mas nada de preocupante. E as dores que inicialmente tinha sentido nos quadrícepes tinham desaparecido com os quilómetros – era mesmo o ‘pó’ de não ter feito exercício condigno nos últimos tempos a desaparecer. O problema estava a ser o joelho… direito! Enquanto o esquerdo se mantinha ‘nos trinques’ (também com a ajuda do joelho elástico que costumo utilizar), o direito, não me doendo propriamente, começou a acusar o peso das várias e repetidas percussões que estava a levar há largas dezenas de minutos. Afinal, já tinha corrido 15 quilómetros em cima dele e ele dava sinais de si. Por isso, ao passar pelo quilómetro 16, em frente ao prédio onde a Joana trabalhou durante vários anos… abrandei. Andei durante 400 metros, para poupar o joelho (e aproveitei também para recuperar fôlego). Foi estranho ter parado de correr porque o meu corpo já estava tão habituado ao movimento da corrida que, durante uns segundos, fiquei tonto, senti-me… a enjoar, a colocar pé em terra firme depois de vários dias no mar! De seguida, voltei a correr e, apesar de ainda ter voltado a andar mais duas vezes (por distâncias menores), continuei a sentir-me bem (tinha algum receio de parar e não voltar a conseguir correr mas tal revelou-se infundado).

E, foi assim que cheguei ao último quilómetro. Com milhares de pessoas em Belém a dizerem adeus ou a recuperarem da ‘mini’ e eu a sentir-me bem. Confesso que, ter dobrado a última esquina, olhado para a meta de frente com os Jerónimos em fundo, mirado o relógio e perceber que ia fazer um tempo abaixo dos 2h15, e, sobretudo, perceber que ia cumprir o meu primeiro objectivo pessoal do ano, encheram-me de uma alegria difícil de explicar! Meta cortada, objectivo atingido! Em 2h13m! YES!!!

Depois, foi uma rápida sessão de alongamentos às pernas (estoiradas) e uma caminhadazinha de 2 quilómetros até ao carro (tenebrosa, doíam-me mesmo as pernas a cada passada que dava!). Entrei no carro e cumpri os 15 quilómetros até minha casa em 15 minutos…

Neste momento, em que, depois do banho quente e do creme hidratante (daqueles bons, de Vasenol) escrevo, no entanto, só consigo pensar que consegui! Era um sonho que já acalentava há bastante tempo, uma prova de superação pessoal – sempre admirei a capacidade de corrida e de sacrifício dos corredores de fundo. E um que pensava que me estava vedado. Porque nunca pensei que voltasse a ter um joelho em condições de suportar uma corrida de tão longa distância em asfalto. Só prova que o trabalho que fiz (e que sempre tiveram o cuidado de respeitar no meu ginásio) para o recuperar ‘pagou’. A contrariedade da costela deitada abaixo (que veridicamente pensei que não me ia permitir correr até ao final de Março) foi também superada – com uma dieta rigorosa de cálcio, descanso e, no final, querer chegar ao fim. Já está! Prova superada!

sábado, março 15, 2008

Ready, set, go

Depois dos resultados positivos do shake down de 4,5 kms de ontem (em que a costela não me doeu), vou estar na partida para a Meia de amanhã. A única questão é que, depois de 2 semanas parado a recuperar, não sei como se comportarão as minhas pernas amanhã.
A ver vamos...

sexta-feira, março 07, 2008

Será que consigo?

Não estava à espera desta! Há 2 meses que estou a treinar, a sentir-me progressivamente melhor e mais confiante. Tenho subido as distâncias de corrida, tenho descansado e fortalecido o meu joelho esquerdo, tenho-me mentalizado e preparado seriamente para cumprir um dos meus objectivos de 2008 - correr a Meia Maratona de Lisboa! E agora... isto!

Na terça-feira fui jogar futebol com uns amigos meus - o mesmo bom e velho grupo de sempre, que se voltou a reunir há uns meses atrás para voltar a jogar. Até encaixava na minha preparação para a 'Meia' - arranques rápidos e endurance durante uma hora a um ritmo diferente do da corrida de fundo só fazem é bem! Só que... foi logo no início - uma bola cai à minha frente, vou cortá-la, um amigo meu da outra equipa chega primeiro e chuta-a violoentamente contra mim. Normalíssimo num jogo, sem a mais pequena ponta de maldade, usualmente inofensivo. Só que, o 'tiro', à queima-roupa, atingiu-me no braço e senti o meu relógio a bater violentamente contra o meu tórax. Dor! Doeu mesmo! Claro que, 2 segundos depois, continuei a jogar, e, como sempre, dei tudo.
O único problema é que, ainda hoje, 4 dias depois, sinto uma dor violenta no local da pancada do relógio, não me consigo deitar sobre o lado esquerdo, um espirro é um momento do inferno e não consigo levantar pesos ou fazer abdominais sem que me encolha de dor! E muito menos consigo correr! Estou preocupado - o que se passa? Acho que, na segunda-feira, quando voltar a Lisboa, vou ter que dar um salto ao hospital.
Será que ainda não é desta que faço a 'Meia'?

domingo, março 02, 2008

Snowbound!

Acordei no Sábado com um misto de excitação e receio. A neve que se via nas pistas de fora do apartamento sugeria que aquele ia mesmo ser o meu primeiro dia de snowboard! Mas também significava que ia ter que enfrentar ‘a direito’ o meu medo de alturas – quer nas pistas, quer nas muí temidas ‘cadeirinhas’!

Correu bem! Antes de mais, porque fui com um grupo de amigos espectaculares! Começando no Filipe (que conheço desde que nasci e que esteve sempre lá como apoio e guia), passando pela Isabel (a minha companheira de cadeirinhas, o meu ponto seguro quando eu olhava para baixo ou pensava no vazio entre as minhas pernas penduradas e o chão sólido por baixo de mim) e pela Ana (a minha companheira de snowboard, a primeira pessoa a ensinar-me a prender a prancha e que descia as pistas da mesma maneira que eu) e acabando no Luis (uma surpresa, e absolutamente 5 estrelas!) – tive muita sorte!

Claro que o primeiro dia foi limitado a umas aulas dadas pela Ana e pelo Epi (o meu instrutor espanhol de snowboard, capaz de fazer vidrar as minhas companheiras de viagem pelo seu aspecto ‘saudável’ e rebelde e de me fazer rir ao tentar perceber a origem feliz do seu nome), a umas tentativas de equilíbrio e controlo em cima da prancha e a um sorriso de satisfação pelo dever cumprido.

Mas o segundo dia e o terceiro viram-me a sentir que estava a evoluir a olhos vistos. Comecei a manhã ainda a tentar equilibrar-me em cima da prancha, depois a fazer a minha primeira viagem de cadeirinha com o snowboard nos pés (pânico!!!) e, depois, a fazer progressivamente melhor pistas verdes e, no final, azuis. A sensação de domínio sobre a prancha e a neve aumentava a cada minuto e metro que passava – foi impressionante! De tal forma que a minha confiança estava em crescendo, uma vaga de fundo que me impelia a fazer uma pista cada vez mais difícil! Foi uma sensação fabulosa!

No final, e para coroar o fim-de-semana, resolvi responder ao desafio do Filipe (que se mostrou um verdadeiro perito na neve, com uma qualidade de esquiador que não conhecia) e terminar a minha estadia regressando a Pradollano (a base) de snowboard, descendo a pista ‘Rio’ (uma pista azul bem extensa e que, no primeiro dia, parecia uma pista impossível). Foram uns quilómetros bem interessantes… e que me viciaram por completo!!!

Estou ansioso por voltar a fazer snowboard!


sábado, março 01, 2008

31

Estou contente com o ano que passou:
- apesar das provas a que o sujeitei, o meu joelho esquerdo tem-se aguentado bem;
- estou a correr distâncias progressivamente maiores e a sentir-me cada vez melhor ao fazê-lo;
- cumpri o meu primeiro ano no CPOC, participando e ajudando na organização de um número elevado de provas de orientação;
- participei no primeiro grande acampamento de geocaching português, que envolveu caches a mais de 1500 metros de altitude;
- enfrentei as minhas vertigens e fui pela primeira vez 'brincar' na neve, iniciando-me no snowboard (em que fiquei viciado...) e conseguindo andar nas terríveis cadeirinhas (aquelas 15 metros de suspensão sobre o vazio... ui!).

Agora, está aí um novo ano à porta. Um ano em que gostaria:
- de fazer um trekking de montanha ou uma expedição de vários dias de BTT;
- correr a Meia-Maratona (já estou inscrito para a da ponte, daqui a 15 dias);
- federar-me na Federação Portuguesa de Orientação e começar a marcar pontos para o meu clube;
- voltar a fazer escalada regularmente;
- subir uma grande montanha, como preparação para o 'Kili', daqui a uns anos.

Daqui a um ano vamos ver o que consegui realizar.

Até lá!